Domingo, 28 de Abril de 2024

Home em foco Putin volta a insinuar que a Ucrânia estaria por trás de atentado em Moscou; a Ucrânia nega

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O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu que o atentado na Grande Moscou, reivindicado pelo ISIS-K, braço do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), foi cometido por “islamistas radicais” e citou novamente que poderiam ter vínculo com a Ucrânia. Kiev negou qualquer relação entre as autoridades ucranianas e os autores do ataque que, segundo um novo balanço, deixou 139 mortos e 182 feridos.

Mais de dois anos após sua ofensiva em grande escala contra Kiev, Putin afirmou novamente que o ataque poderia ter algo a ver com a Ucrânia. “Sabemos que este crime foi cometido por islamistas radicais com uma ideologia contra a qual o mundo islâmico tem lutado por séculos”, disse em uma reunião de governo transmitida pela televisão. “Sabemos quem cometeu esta atrocidade contra a Rússia e seu povo. O que nos interessa é o patrocinador”, acrescentou.

Três dias após a tragédia, ainda há muitas perguntas sem resposta, em particular sobre as motivações do atentado.

Quando se pronunciou pela primeira vez, Putin insinuou a participação de Kiev. Em nenhuma das ocasiões ele mencionou o nome EI. “É importante responder à pergunta de por que os terroristas, depois de seu crime, tentarem ir para a Ucrânia. Quem os esperava lá? Aqueles que apoiam o regime de Kiev não querem ser cúmplices do terror”, afirmou Putin.

O Kremlin se recusou a comentar a reivindicação do EI e indicou que Putin não tem previsão de visita ao Crocus City Hall, onde ocorreu o pior ataque na Rússia em 20 anos.

O Kremlin também se recusou a comentar as denúncias de tortura dos suspeitos, que apareceram com o rosto ensanguentado em vídeos e fotos publicados nas redes sociais. Durante a audiência dos suspeitos em um tribunal de Moscou, no domingo à noite, um deles estava com um curativo branco na orelha e outro chegou em uma cadeira de rodas, com os olhos fechados.

Inimigos imaginários

Há uma ironia cruel no fato de a Rússia, autora de tantos ataques terroristas nos últimos anos, da Síria à Ucrânia, ter sido atingida por terroristas na noite de sexta-feira. Terroristas fortemente armados atacaram o Crocus City Hall, um local de shows na Grande Moscou, matando pelo menos 133 pessoas e ferindo mais de 100.

O Estado Islâmico rapidamente reivindicou a responsabilidade, e logo se descobriu que a inteligência dos EUA havia alertado o Kremlin de que o Estado Islâmico-Khorasan (ISIS-K), afiliado do EI no Afeganistão, estava planejando um ataque em Moscou. A Embaixada dos EUA em Moscou chegou a dizer aos americanos na capital que evitassem salas de concerto.

No entanto, o ditador russo Vladimir Putin – concentrado em ameaças imaginárias de supostos nazistas da Ucrânia em vez de ameaças reais de terroristas islâmicos – desprezou alegremente as mensagens dos EUA. Dando uma ideia de sua psique distorcida, Putin, no início desta semana, descreveu a notificação americana como uma declaração “provocativa” que se assemelhava a uma “chantagem direta e uma intenção de intimidar e desestabilizar nossa sociedade”.

O fato de Putin ter ignorado a tentativa de ajuda dos EUA – já que suas próprias forças de segurança não conseguiram impedir o ataque a Moscou – diz tudo sobre a natureza de seu regime. Putin não está interessado em servir ao povo russo ou protegê-lo de ameaças reais, e seu regime é mais hábil em reprimir dissidentes pacíficos do que terroristas violentos.

O objetivo de Putin é alcançar a glória imperial para si mesmo como um czar dos últimos dias, não importando o custo para o sofrido povo russo. Agora, em vez de ir atrás de seus inimigos reais, ele vai tentar encontrar alguma forma de atribuir o ataque de Moscou à Ucrânia e aos Estados Unidos e usá-lo para justificar outros ataques a ucranianos inocentes.

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