Quarta-feira, 24 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 23 de setembro de 2025
A morte de Charlie Kirk não foi apenas uma tragédia pessoal e familiar, mas também se tornou um retrato alarmante do que o ódio ideológico é capaz de produzir em nossa sociedade. O episódio ganhou contornos ainda mais graves quando figuras públicas e até jovens passaram a transformar a dor alheia em motivo de escárnio, desumanizando quem partiu e, por consequência, toda a sua história.
Entre os casos mais chocantes está a postura de um criador de conteúdos de Porto Alegre, que não só comemorou a morte de Kirk, como chegou ao ponto de dizer que seria “maravilhoso” ver suas filhas crescerem sem o pai. Essa declaração é de uma crueldade indescritível.
Mais do que uma ofensa, trata-se de um ataque direto à dignidade de uma família em luto, uma violência que ultrapassa qualquer limite moral. O mais grave é que, ao expor esse tipo de fala, incentiva e legitima que outras pessoas repitam a desumanização, transformando o ódio em corrente.
Ainda mais estarrecedora foi a comemoração aberta de alguns estudantes, cantores e até de um médico neurocirurgião de Recife. Se aqueles que deveriam representar alegria, esperança e até salvar vidas se regozijam com a morte de um adversário de ideias, que princípios restam para a medicina, para a juventude e para o futuro do nosso País? Essa celebração mórbida não é apenas falta de empatia; é sintoma de um mal maior: a institucionalização da hostilidade.
Kirk deixa esposa e duas filhas menores, que agora enfrentam não só a dor da perda, mas também o peso de ver a memória de seu pai sendo alvo de chacota e desprezo. Nenhuma família merece sofrer com a violência política transformada em espetáculo.
Não é exagero afirmar que se formou no Brasil um verdadeiro “gabinete do ódio” alimentado pela extrema esquerda, onde a incitação à violência se tornou prática cotidiana. Espaços públicos, palcos e redes sociais se transformaram em arenas de linchamento moral, onde não há espaço para humanidade, apenas para a destruição de reputações e a comemoração da dor.
A sociedade brasileira não pode se calar diante desse quadro. É preciso reafirmar que divergências políticas, de ideias ou de valores jamais podem justificar a celebração da morte, a ridicularização da dor ou a naturalização do ódio. O Brasil precisa reencontrar a compaixão, o respeito e a dignidade humana. Do contrário, caminharemos para um cenário em que a vida deixa de ter valor e a política se reduz a uma guerra sem regras, movida pelo rancor e pela intolerância.
(Comandante Nádia Gerhard é presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre)