Quarta-feira, 14 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de maio de 2025
O ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica, de 89 anos, foi peça central na política recente da América Latina e é considerado uma figura emblemática do progressismo no continente. A morte do ex-líder uruguaio foi confirmada nesta terça-feira (13). Ele estava prestes a completar 90 anos – seu aniversário é em 20 de maio).
Mujica nasceu em 1935, em Montevidéu, onde morou ao longo de toda a vida. Começou na política no Partido Nacional, um dos mais tradicionais do Uruguai, onde foi secretário-geral da Juventude. Mujica teve a trajetória marcada pela militância política já na juventude. Em meados da década de 1960, chegou a integrar movimento de guerrilha em resistência à ditadura militar que comandava o Uruguai no período.
Foi justamente essa atividade como guerrilheiro que levou Mujica a ser preso durante a ditadura, tendo permanecido por 14 anos no cárcere, onde chegou a ser torturado. A soltura, entretanto, ocorreu em 1985, quando se deu por encerrado o governo militar.
Em liberdade e anistiado, Mujica assumiu mandatos no legislativo uruguaio, o que ocorreu entre 1995 e 2010. Também esse período, ele foi nomeado ministro da Agricultura do Uruguai, cargo que ocupou de 2005 a 2008.
Em 2009, Mujica se dedicou à campanha pela presidência do país. Em 29 de novembro do mesmo ano, ele venceu o segundo turno do pleito ao derrotar Luis Alberto Lacalle, com mais de 52% dos votos válidos.
O líder de esquerda comandou o país, de 2010 a 2015, com o governo marcado por avanço na pauta progressista, como a legalização do aborto, reconhecimento do casamento de pessoas do mesmo sexo e legalização da maconha. Após o período na presidência, ele ainda foi senador por três anos.
Em 2021, Mujica passou por uma cirurgia de emergência para retirada de uma suposta espinha de peixe presa no esôfago. Durante o procedimento, entretanto, foi identificada uma úlcera no local e deu-se início ao tratamento.
Diagnosticado com câncer, Mujica passou por radioterapia. A doença, entretanto, se espalhou pelo corpo.
“Estou morrendo”, disse o ex-presidente em entrevista em janeiro deste ano. O ex-presidente uruguaio anunciou, então, que não seguiria com o tratamento.
Seu estilo pouco afeito a luxos, com jeito simples de se vestir – para críticos, desleixado – que manteve inclusive durante a presidência, a defesa de uma existência menos consumista e as iniciativas progressistas que apoiou durante seu mandato, como a legalização do aborto, da maconha e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, lhe renderam fama e admiração ao redor do mundo, e o posicionaram como uma das principais referências da esquerda latino-americana.
No Ar: Pampa Na Madrugada