Quarta-feira, 19 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de novembro de 2025
O presidente da Câmara dos deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou nesta quarta-feira (19) os colegas que votaram contra o Projeto de Lei Antifacção e afirmou que esses parlamentares têm de se explicar. Motta defendeu a escolha de Guilherme Derrite (PP-SP) para a relatoria e criticou a atuação do governo Lula no tema.
Motta disse, em entrevista à Rádio CBN, que a Câmara fez alterações que deixaram a proposta mais dura contra o crime organizado — como pena mínima de 20 anos de detenção, exigência de cumprimento de no mínimo 70% da pena para progressão, sem direito à visita íntima e gravação de todas as conversas com os advogados, entre outras medidas.
Ele chamou de narrativas as avaliações de deputados da base governistas de que as alterações na proposta beneficiariam chefes de organizações criminosas.
“Quem cria essa narrativa é quem não teve coragem de votar a favor ontem dessa proposta que é um anseio da sociedade brasileira. Aqueles que não tiveram coragem de votar a favor da proposta têm que se justificar hoje pela manhã porque ficaram contra aquilo que o povo brasileiro quer”, afirmou.
“E quem votou contra tem que hoje dar a sua cara a tapa para dizer por que ficou contra a matéria e não ficar criando narrativas inverídicas. Porque o que nós fizemos foi endurecer o enfrentamento ao crime e nós vamos seguir assim”, reforçou.
Motta ainda defendeu a escolha de Derrite para a relatoria da proposta. Segundo ele, era necessário alguém com experiência no tema da segurança pública.
“O deputado Derritte é secretário de segurança do maior Estado do Brasil, que é o Estado de São Paulo, tem já mais de 20 anos de experiência nesse enfrentamento e fez um trabalho eminentemente técnico. Não houve um debate político. Nem muito menos a construção de uma narrativa visando as eleições do ano que vem, que eu penso que seria a principal preocupação dos integrantes do Poder Executivo”, avaliou.
Motta disse também que as “narrativas sobre o papel da Polícia Federal” caíram por terra e que o governo fez uso eleitoral da votação.
“O governo ter ficado contra [o PL], na minha avaliação, foi meramente por narrativa, foi meramente pensando na questão eleitoral. Eu penso que o governo erra quando opta por seguir por esse caminho porque está indo contra aquilo que a sociedade espera”, afirmou.
O presidente da Câmara admitiu que a proposta pode ser alterada no Senado, mas evitou adiantar quais pontos ele acredita serem sensíveis.
“Se o Senado trouxer alterações, nós vamos analisar com imparcialidade, com moderação, procurando tratar de maneira técnica o tema, sem apego a nenhuma narrativa. Não há vitória da direita, vitória da esquerda. Há uma vitória da sociedade, que quer morar num país mais seguro, e que cobra das suas autoridades a condição de poder avançar nessa pauta que é tão cara para nós cidadãos brasileiros e eu penso que é isso que a Câmara dos Deputados fez no dia de ontem”, disse.