Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024

Home Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul: pequenas e médias empresas têm queda de 10% nas vendas

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O faturamento das pequenas e médias empresas do Rio Grande do Sul caiu 10% no mês de maio na comparação com a média dos primeiros quatro meses do ano. O dado faz parte do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs).

O índice avaliou os impactos das enchentes nos negócios gaúchos, levando em consideração empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais dos setores de comércio, indústria e serviços. A área mais afetada foi o comércio: as PMEs do setor registraram queda de 25% de faturamento no mês passado. Na sequência, aparece a indústria, com retração de 19%. Já o setor de serviços foi o menos afetado, com queda de 3%.

Para Felipe Beraldi, economista e gerente de estudos econômicos da startup Omie, o desempenho da área de tecnologia foi o responsável por amenizar a queda do setor de serviço. Ele avalia que áreas como alojamento, alimentação e cultura, no entanto, superaram a queda do comércio, com perdas que vão de 30% a 50%.

“A queda constatada no Estado vai na direção contrária do mercado das PMEs no Brasil, que têm apresentado um crescimento constante e abrangente em diversos setores do País ao longo do ano. De janeiro até maio de 2024, o IODE-PMEs mostra expansão de 13,5% na comparação com igual período do ano anterior”, explica Beraldi.

Considerada a quinta maior economia do País, o Rio Grande do Sul tem 6% do PIB nacional, com 1,5 milhão de empresas ativas – cerca de 80% delas estão em municípios consideravelmente afetados pelas chuvas.

Indústrias

Uma consulta realizada pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) com 220 empresas do setor, entre 23 de maio e 10 de junho, revela que 81% foram afetadas pelas inundações do mês passado, sendo que destas, 63% sofreram paralisação total ou parcial das suas atividades.

A maioria (95%) das interrupções alcançou até 30 dias. “As enchentes foram catastróficas para o Rio Grande do Sul. Além do drama pessoal de quem perdeu familiares e viu suas casas serem invadidas pelas águas, a economia gaúcha também sofrerá um impacto imenso, cujo efeito deve começar a ser detectado nos próximos meses, e precisará de um tempo ainda incerto para se recuperar. Mas os primeiros sinais já aparecem, com a confiança e a expectativa dos industriais gaúchos desabando”, diz o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, ao analisar o resultado da consulta divulgada nessa quarta-feira (12).

O levantamento teve como objetivo entender o perfil das indústrias mais afetadas, avaliar a extensão e os tipos de prejuízos sofridos por elas e captar as perspectivas. O trabalho foi coordenado pela UEE (Unidade de Estudos Econômicos) da Fiergs, que elaborou a consulta junto às indústrias.

Contou com o apoio na divulgação por parte da Unidade de Desenvolvimento Sindical, dos sindicatos filiados à entidade, do Conselho de Articulação Sindical e Empresarial, da Gerência Técnica e de Suporte aos Conselhos Temáticos e do Serviço Social da Indústria.

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