Domingo, 11 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de setembro de 2022
O Green Day e o Coldplay fizeram shows que serão lembrados para todos os tempos quando se falar em Rock in Rio. Mas não só eles. Ludmilla ganha um novo status depois do espetáculo de 2 milhões de reais que fez no palco Sunset; Jessie J só deve voltar se for para cantar no Mundo depois de estremecer a plateia também do Sunset; CeeLo Green cantando James Brown foi uma hecatombe; e a homenagem a Elza Soares conduzida por Larissa Luz é algo superior a todos os projetos já feitos sobre Elza.
No mais, há passagens supervalorizadas pelo coração inegociável de um fã que serão esquecidas, passagens das quais todo mundo já se esqueceu e passagens que só não serão esquecidas porque, até para um fã, foram ruim demais.
Apesar de ter tido um trabalho empresarial excelente, que a colocou como convidada de CeeLo Green cantando James Brown num instante e cantando uma perigosa Love Of My Life com Andreas Kisser em outro, Luisa Sonza precisa de sustança artística. Seu vocal é fraco e sua presença é deslumbrada mesmo dentro de um show pensado para ser um arraso, com bailarinos bem ensaiados espalhados pelos quatro cantos. Falta a Sonza a malandragem que sai pelos poros de Ludmilla, algo que não se compra no Spotify. Ludmilla sai do Rock in Rio 10 metros mais alta. Anitta que se cuide.
Billy Idol e Guns N’ Roses
São dois casos diferentes. O Guns segue tendo um grande show, mas ancorado em uma voz que não existe mais. O problema é que Axl é uma lenda e, sem ele, e mesmo com os poderes todos de Slash, o Guns não existiria. Sua plateia aciona então o ouvido afetivo, o interno, aquele que ouvirá sempre Axl como se ele estivesse em 1991, e suporta as mais de duas horas de grunhidos desafinados feliz da vida. Billy Idol não tem instrumental a se ancorar. É ele e a voz. Se ela falta, como faltou não porque o guitarrista errou ou porque ele esqueceu a letra, como disseram, mas porque Idol não encontrou o tom, acaba o show. E isso não foi um fato isolado.
Green Day versus Coldplay
Enfim, qual o melhor show do Rock in Rio? Cada um terá o seu, mas aqui há um argumento a favor do Green Day. As duas bandas, de Billie Joe Armstrong e de Chris Martin, trabalham com registros emocionais bem diferentes.
O Green Day acessa a raiva – não o ódio, mas a raiva, algo mais doce – e o Coldplay vincula-se ao amor. Mas, independentemente da parte do cérebro em que atuam, os posicionamentos de Armstrong e Martin no palco são bem diferentes, e isso será definitivo no show que fazem. Mais honesto, o Green Day deixa que sua plateia sinta com liberdade o que a banda faz no palco. Sentir com liberdade, esse é o ponto.
No Ar: Pampa Na Tarde