Sexta-feira, 17 de Outubro de 2025

Home Brasil Rombo nos Correios: especialistas veem má gestão e perda de competitividade

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Para conter o rombo bilionário amplamente conhecido, os Correios esperam contar com empréstimos de R$ 20 bilhões, em operação articulada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar do prejuízo de 2024 ter quadruplicado na comparação com o ano anterior, o momento da estatal no vermelho não é de hoje. A turbulência teve início em 2013 e durou até 2016, sendo seguida por períodos de estabilidade. No entanto, a empresa voltou a registrar perdas a partir de 2022 e acendeu o alerta no governo.

Segundo especialistas, as principais causas dos prejuízos recaem sobre a administração durante os anos no vermelho e as mudanças tecnológicas promovidas no mercado, que trouxe mais competitividade e exigências no setor.

“O que vemos atualmente é decorrente de má gestão histórica, isso é um problema concreto nos Correios”, disse Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

“Os Correios enfrentam uma mudança estrutural, mas que não começou em 2023, vem de muito tempo”, pontuou a economista e advogada Elena Landau.

Histórico

Os Correios começaram a dar prejuízo em 2013, quando ficaram R$ 313 milhões no vermelho. No ano seguinte, o resultado ficou quase no zero a zero, mas o rombo avançou com força em 2015 ( -R$ 2,1 bi) e 2016 ( -R$1,5 bi).

A maré negativa parecia coisa do passado e a empresa conseguiu ajustar as contas entre 2017 a 2021. No entanto, em 2022 houve o registro de rombo de R$ 767,5 milhões, após contabilização final.

O prejuízo dos Correios chegou ao ápice em 2024. O resultado negativo foi de R$ 597 milhões em 2023 para R$ 2,6 bilhões no ano passado, resultado cerca de quatro vezes maior no comparativo anual.

“O governo criou um rombo bilionário nas estatais, porque a filosofia é utilizar essas estatais para gastos e expansão, sem muito critério de eficiência no uso dos recursos”, disse Elena Landau.

Os Correios explicam o rombo “exclusivamente” devido à taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. A chamada “taxa das blusinhas”, em referência às blusas de menor valor cobrado em marketplaces como Shein e Shopee, foi aprovada no Congresso e sancionada em 27 de junho por Lula.

“A frustração de receita observada em 2024 decorre exclusivamente dos efeitos do novo marco regulatório das compras internacionais — uma demanda do varejo nacional que teve impacto positivo para o setor, mas negativo para os Correios”, afirmou os Correios, em nota.

A medida era cobrada pelos empresários brasileiros e tida como pauta para defender a indústria local, o que a própria estatal reconhece ao buscar explicar o prejuízo. No entanto, a nova cobrança foi considerada insuficiente pelos varejistas nacionais e tampouco agradou a empresa de serviço postal.

A lógica é simples: a taxação de itens internacionais de menor valor levou a menos compras e, por sua vez, a menos entregas.

“Não faz muito sentido essa explicação, porque as outras companhias que oferecem os mesmos serviços deveriam ter registrado prejuízo enorme também, como o Mercado Livre, por exemplo, e vimos que não foi o caso”, destacou Sérgio Vale.

Já Elena Landau afirmou que não é possível colocar a culpa toda na taxa das blusinhas pela falta de eficiência na gestão da empresa. (Com informações do portal de notícias CNN Brasil)

 

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