Sábado, 20 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de dezembro de 2025
Segundo as investigações da Polícia Federal (PF) — que resultaram em mais uma etapa da operação Sem Desconto, na quinta-feira (18) — o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado, teria se beneficiado de recursos desviados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O parlamentar foi alvo de mandado de busca e apreensão. A PF chegou a solicitar sua prisão, mas o pedido foi negado pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A PF aponta (…) que o senador Weverton teria se beneficiado dos valores ilícitos provenientes dos descontos associativos fraudulentos, como também teria relações próximas com os integrantes da organização criminosa investigada na ‘Operação Sem Desconto’”, diz a decisão do ministro.
A representação policial afirma que o senador era “liderança e sustentáculo das atividades empresariais e financeiras” de Antônio Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, peça-chave no esquema de descontos indevidos. A relação entre os dois já havia sido mostrada pelo jornal O Globo em maio. “O enriquecimento de ANTÔNIO, portanto, foi viabilizado por suporte político”, diz a PF.
Durante as investigações, a polícia encontrou um arquivo em formato Excel intitulado “GRUPO SENADOR WEVERTON” em conversas entre dois funcionários do “Careca do INSS”.
Prorrogação
A oposição no Congresso conseguiu as assinaturas para prorrogar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS até o dia 26 de julho do ano que vem.
O pedido de prorrogação permite que a CPMI prossiga até poucas semanas antes do começo da campanha eleitoral, marcada para 16 de agosto de 2025. O colegiado tem sido visto como um ponto de pressão para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os deputados e senadores da oposição usaram as seguintes justificativas para protocolar o requerimento:
* volume de evidências reunidas;
* necessidade de conclusão de oitivas e análise documental pendentes; e
* complexidade técnica da matéria e da relevância institucional de se exaurir a investigação com profundidade.
“A prorrogação do prazo de funcionamento da CPMI do INSS se impõe como medida indispensável para assegurar a elaboração de um relatório final consistente”, afirma o trecho do documento.
Em entrevista à edição de quinta do programa Arena Oeste, o deputado federal Luiz Lima (Novo-RJ) afirmou que a CPMI representa “a pior coisa que poderia acontecer para o governo Lula”.
Segundo Lima, a comissão já realizou cerca de 30 sessões e revelou indícios de envolvimento de sindicatos, operadores financeiros e agentes públicos.
O parlamentar também afirmou que o esquema causou prejuízos bilionários a aposentados e pensionistas.
“Você não imaginar que esse núcleo de poder, que movimenta bilhões, não tem ligação política nem caixa financiando campanhas de políticos, é muita inocência”, afirmou o deputado, ao citar entidades como Contag, Conafer e Sindnapi. (Com informações do portal Extra e da revista Oeste)