Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de setembro de 2022
O governo da Rússia afirmou nessa quinta-feira (15) que os Estados Unidos querem prolongar a guerra na Ucrânia e se envolver diretamente no conflito. As críticas chegam em meio à contraofensiva ucraniana no nordeste e no leste do país, com a retomada de cidades como Izyum, na província de Kharkiv.
A reação das forças de Kiev é possibilitada pelo envio de armamentos de última geração por parte dos EUA, como o lançador de mísseis Himars. “Os EUA mostram interesse em estender as hostilidades na Ucrânia pelo maior tempo possível e, claro, controlar essa situação, o que é um envolvimento direto dos EUA no conflito”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
“Oficiais americanos fazem declarações abertas de que o Exército dos EUA tem preparado a recente ‘contraofensiva’ ucraniana por vários meses. Então eu tenho uma pergunta: ainda são as Forças Armadas da Ucrânia ou são as Forças Armadas da Ucrânia e do Ocidente?”, acrescentou.
Zakharova ainda alertou que o possível fornecimento de mísseis de longo alcance dos EUA para a Ucrânia significaria “ultrapassar a linha vermelha”. “Os Estados Unidos se tornariam parte direta do conflito, e a Rússia se reservaria o direito de responder adequadamente”, disse.
A contraofensiva ucraniana já levou à reconquista de territórios no nordeste e no leste do país. Além disso, as forças de Kiev apontam a retirada de tropas e equipamentos russos de vilarejos e cidades próximos da linha de frente na província de Zaporizhzhia, no sul.
Em Kinburn Spit, na província meridional de Mykolaiv, forças pró-Rússia dizem ter impedido um desembarque militar da Ucrânia. O acesso a essa praia seria uma forma de as tropas de Kiev entrarem na província vizinha de Kherson, que está sob domínio de Moscou.
Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro, a comunidade internacional tem evitado se envolver diretamente no conflito. O que os países têm feito foi enviar ajuda a financeira a Kiev e alguns tipos de armamentos, além da aplicação de sanções contra Moscou.
Em declarações anteriores, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sinalizou que Washington só deve se envolver diretamente no conflito se algum país da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) for atingido.