Terça-feira, 14 de Maio de 2024

Home em foco Rússia anuncia “cessar-fogo parcial” para permitir corredores humanitários; Ucrânia diz que ataques continuam e adia retirada de moradores

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A Rússia declarou um “cessar-fogo parcial” de 5 horas, e disse que seu Exército pararia ataques “localizados” no sábado (5). Duas regiões seriam beneficiadas inicialmente: Mariupol e Volnovakha, ambas no leste ucraniano.

No entanto, logo em seguida chegou a informação de que a retirada dos habitantes de Mariupol, porto estratégico ucraniano cercado pelas forças russas, foi adiada devido a múltiplas violações russas do cessar-fogo, segundo acusou a prefeitura da cidade.

A retirada de civis, que deveria começar antes do meio-dia (horário local), “foi adiada por razões de segurança” porque as forças russas “continuam bombardeando Mariupol e seus arredores”, afirmou a prefeitura no aplicativo Telegram.

Segundo a RIA, agência russa de notícias, civis poderiam deixar Mariupol e suprimentos e medicamentos poderiam chegar à cidade durante esse período de cinco horas.

A Rússia deixou claro que a redução na ofensiva não vale para todo o território ucraniano.

O prefeito de Mariupol disse que um cessar-fogo permitiria que o trabalho seja feito para restaurar a infraestrutura destruída pelos bombardeios.

O conselho de Mariupol disse que os civis poderiam seguir em direção à cidade de Zaporizhzhia e usar rotas de ônibus especialmente organizadas, bem como seus próprios carros.

Pouco depois, o conselho da cidade de Mariupol disse que a Rússia não está respeitando a trégua ao longo de todo o corredor humanitário.

Segundo a agência Reuters, o governo ucraniano diz que o plano é tirar cerca de 200 mil pessoas de Mariupol e 15 mil de Volnovakha. A Cruz Vermelha está monitorando esse cessar-fogo.

O prefeito de Mariupol afirmou que a cidade, que em um período normal tem 450 mil habitantes, está submetida a um “bloqueio”, sem energia elétrica, alimentos, água, gás e transportes. As forças separatistas pró-Rússia e o exército de Moscou anunciaram que a cidade está cercada.

Depois que o Ministério da Defesa russo declarou o cessar-fogo, a prefeitura da cidade portuária anunciou que a evacuação começaria às 6h (hora de Brasília). “Não é uma decisão fácil. Mariupol não são as casas e ruas. Mariupol somos nós e vocês”, afirmou o prefeito no Telegram.

O controle de Mariupol tem caráter estratégico para a Rússia, porque permitiria garantir uma continuidade territorial entre suas forças procedentes da península da Crimeia e as unidades dos territórios separatistas pró-Moscou da região ucraniana de Donbass.

Correspondentes da agência AFP que visitaram a cidade neste sábado viram cenas de destruição, apesar da insistência do presidente russo Vladimir Putin de que suas forças não atacam áreas residenciais.

Neve para beber

Um funcionário da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) que está refugiado em Mariupol com sua família afirmou que eles coletaram “neve e água da chuva” para utilizar diante da impossibilidade de conseguir água devido às longas filas nos locais de distribuição.

“Queríamos conseguir também o pão ‘social’ (distribuído pelas autoridades locais), mas o horário e os pontos de distribuição não estavam claros. Segundo a população, muitos armazéns foram destruídos pelos mísseis e o que sobrou foi levado pelas pessoas mais necessitadas”, disse.

Kiev

As tropas russas se aproximam ao mesmo tempo da capital Kiev, onde encontram uma intensa resistência, e bombardeiam bairros dos subúrbios ao oeste da capital ucraniana. A cidade de Chernihiv, ao norte, também é alvo de bombardeios constantes, que deixaram muitas vítimas civis nos últimos dias.

O ministro ucraniano da Defesa, Oleksiy Reznikov, afirmou no sábado que a Rússia mudou de tática ao observar a dura resistência que parou seu plano de conquistar rapidamente as grandes cidades e derrubar o governo do presidente Volodymyr Zelensky.

“Sim, o inimigo avançou em algumas direções, mas controla apenas uma pequena área. Nossos defensores estão impedindo e expulsando os ocupantes”, afirmou no Facebook. “Aviação de todo tipo bombardeia cidades e infraestruturas civis”, acrescentou, antes de acusar o exército russo de “covardia” e de ter capacidade apenas de atacar “crianças, mulheres, civis desarmados”.

Desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, a Rússia bombardeou várias cidades da Ucrânia e matou centenas de civis. Também atacou a maior central nuclear da Europa, provocando um incêndio que gerou o temor de uma nova catástrofe nuclear como a de Chernobyl em 1986.

As tropas russas conquistaram o controle de duas cidades importantes em 10 dias de invasão: Berdiansk e Kherson, na costa do Mar Negro, sul da Ucrânia.

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