Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de março de 2022
As delegações da Rússia e Ucrânia encerraram nessa terça-feira (15) mais uma rodada de negociações para tentar um cessar-fogo na guerra, informou o porta-voz ucraniano, Mykhailo Podoliyak.
Segundo o negociador de Kiev, a reunião com os russos será retomada nesta quarta-feira (16). “Vamos continuar amanhã [quarta, 16]. Um processo de negociação muito difícil. Existem contradições fundamentais. Mas certamente há espaço para concessões”, escreveu Podoliyak no Twitter. “Durante o intervalo, vamos continuar o trabalho em subgrupos”, acrescentou.
Nessa terça, o presidente russo Vladimir Putin, citado pela agência Bloomberg, afirmou que a Ucrânia não é séria em querer encontrar uma solução mutuamente aceitável para o fim da guerra.
No entanto, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que o país não pode entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar cuja expansão para o Leste é criticada há anos pela Rússia.
Mais cedo, o presidente da Turquia, Recep Tayyup Erdogan, informou que seu ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, realizará conversas nesta quarta em Moscou e na quinta (17) na Ucrânia, como parte das tentativas de mediação de Ancara.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer do último dia 24 de fevereiro, as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, havia autorizado uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev. De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Nas semanas anteriores à invasão, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.