Quarta-feira, 02 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de agosto de 2022
A Petrobras teve a sua participação para a queda da cotação do dólar em relação ao real brasileiro na última semana. Com o anúncio da distribuição de dividendos recordes, de R$ 6,37 por ação– a petroleira conseguiu atrair capital externo, o que resultou em entrada da divisa norte-americana no País e, consequentemente, a sua desvalorização.
O dólar recuou na semana passada 5,91%, a maior queda semanal em relação ao real desde novembro de 2020. No acumulado do mês, no entanto, o recuo foi menor: a moeda norte-americana se desvalorizou 1,12% frente à divisa brasileira.
“O início da temporada de resultados e o anúncio de volumosos dividendos por parte da Petrobras atraíram investimentos, contribuindo para o melhor desempenho do real durante a semana”, diz o economista da plataforma de educação financeira TC, Fabricio Silvestre.
Dividendo recorde
“Ao realizar a distribuição de dividendos nesse montante [R$ 87,8 bilhões], após já ter realizado uma distribuição generosa no primeiro semestre, a empresa dá sinais de que está respondendo ao pedido do governo para reforçar seu caixa em ano eleitoral”, afirma Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão de investimentos da Nova Futura Gestora de Recursos.
De acordo com Silveira, antecipar o pagamento dos dividendos que seriam distribuídos apenas no primeiro semestre do ano que vem não é uma boa escolha do ponto de vista da governança. Isto porque a volatilidade do petróleo poderia colocar a empresa em situação adversa, caso o preço do barril caia novamente.
“Isso pressionaria os resultados no ano que vem e colocaria pressão também nos principais indicadores da empresa”, afirma o diretor de gestão da Nova Futura. “Antecipar os dividendos também expõe as dificuldades que a execução do Tesouro terá no ano que vem, já que podemos considerar os aumentos de despesas como permanentes (apesar da aprovação como temporários) e as receitas de impostos e dividendos passageiras.”
Vale lembrar que a antecipação no pagamento de dividendos não fere a “Política de Remuneração aos Acionistas” da Petrobras. Segundo a cartilha, por estar com endividamento bruto inferior à US$ 65 bilhões, a empresa pode distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos (fluxo de caixa livre), o que seria igual a cerca de R$ 40 bilhões, segundo números do 2° trimestre de 2022.
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