Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025

Home em foco Saiba como as eleições deste domingo no Paraguai podem interferir na conta de luz que você paga

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O presidente Lula fechou acordo bilionário com a China, conseguiu ampliar os investimentos dos Estados Unidos no Fundo a Amazônia e viu aumentar o interesse de veículos internacionais em entrevista-lo. Paradoxalmente, essa visibilidade midiática tem ofuscado os demais resultados porque suas declarações sobre a Guerra da Ucrânia têm sido mal recebidas pela comunidade internacional, que passou a ver o Brasil não como um potencial mediador para um acordo de paz, mas como um país alinhado à Rússia (o estado agressor).

Mas enquanto Lula concentra suas falas no tema europeu, um desafio está prestes a começar aqui do lado. Neste domingo (30), o Paraguai elege seu novo presidente. O vitorioso, não importa qual, terá de rever o tratado de Itaipu, que completa 50 anos. Essa revisão terá impacto direto na conta de energia dos brasileiros. A eleição também envolve interesses geopolíticos opostos das duas maiores potências mundiais, China e EUA, que são os maiores parceiros comerciais brasileiros.

Outro problema que deve interessar ao Planalto é que muitos brasileiros vivem e produzem no país vizinho. Há um clima antibrasileiros lá, seja pela presença de facções como o PCC, seja pelo conflito pela posse de terras. Embora as pesquisas eleitorais lá não sejam confiáveis, foi detectado nos últimos dias um crescimento de intenções de voto em Payo Cubas. Ele se apresenta como um candidato antissistema (embora tenha sido senador) e aposta suas forças nas redes sociais. Ele prometeu matar “100 mil brasileiros bandidos”. Segundo suas contas, há 2 milhões de brasileiros morando lá, dos quais, 100 são bandidos.

Nada indica, porém, que ele ofereça algum perigo aos candidatos de centro direita. Santiago Peña, representa o partido Colorado, que está há 70 anos no poder, incluindo os 35 da ditadura de Alfredo Stroessner. Nesse período houve um pequeno hiato, entre 2008 e 2012, quando o Paraguai fio governado por Fernando Lugo.

O adversário é Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), sigla que lidera uma coligação de vários partidos opositores, da direita à esquerda. Todos unidos com o único propósito de vencer o Colorado.

O Paraguai é um dos 7 países em todo o mundo que reconhecem a independência de Taiwan da China. Por essa posição, só consegue exportar carnes e grãos para o gigante asiático por meio de operações com empresas brasileiras e argentinas. Alguns empresários já manifestaram interesse em mudar isso.

No entanto, uma mudança dessas impactaria nas relações com os EUA, a quem o país sempre esteve alinhado. A China recentemente ouviu Lula defender Taiwan como parte seu território. Os chineses têm aumentado sua influência política e econômica na América Latina, e também tem interesse nas oportunidades oferecidas pelo Paraguai.

A Hidrelétrica de Itaipu é binacional. A energia produzida ali é dividida entre Brasil e Paraguai. Mas o vizinho não utiliza toda a sua parte, e o excedente é vendido ao Brasil, que precisa dessa energia para alimentar lares e parques industriais.

A revisão do tratado vai cuidar especificamente se o Paraguai continuará sendo vendido – e por quanto – ao Brasil. No primeiro governo Lula, o Planalto aceitou os termos da Bolívia na renegociação do preço do gás fornecido à Petrobras, estatal que também teve uma unidade nacionalizada pelo governo de Evo Morales.

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