Domingo, 03 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 31 de julho de 2025
O anúncio de sanções do governo Donald Trump contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes dentro da chamada Lei Magnitsky confirmou em parte a expectativa de bolsonaristas que há semanas alardeavam a possibilidade iminente dos Estados Unidos aplicarem a chamada “pena de morte financeira” contra o magistrado e sua família como forma de pressão por uma anistia ampla a Jair Bolsonaro e aliados. Mas a mulher de Moraes, Viviane Barci de Moraes, escapou das restrições de Washington – por ora.
De acordo com aliados de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), principal patrocinador das sanções americanas e do tarifaço junto à Casa Branca de Trump, a ausência não se deu por acaso e tampouco Viviane, que é advogada, foi poupada.
A estratégia, segundo esses interlocutores, seria manter uma margem de manobra para os Estados Unidos continuarem escalando as medidas contra o ministro e o próprio STF brasileiro nas próximas semanas ou meses antes de mirar outros magistrados da Corte e demais autoridades do Judiciário, como o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Além disso, alegam que a inclusão de apenas uma autoridade na lista das chamadas sanções Ofac – sigla em inglês para Office of Foreign Assets Control, o Escritório de Controle de Ativos Externos do Departamento do Tesouro – simplifica o processo. Por ser mulher do ministro, o texto da Magnitsky permite que ela seja implicada indiretamente pelas restrições financeiras, bem como outras pessoas próximas a ele.
No último dia 21, em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, Eduardo declarou que a mulher de Moraes seria alvo da Magnitsky “em um segundo momento” ou “talvez num primeiro momento”, assim como seu escritório e empresas.
Viviane é sócia-coordenadora do Barci de Moraes, que atua em áreas como direito empresarial, licitações, contratos, recuperação judicial, falências e relações governamentais e também conta com os filhos do ministro na sua banca de advogados.
O influente escritório também defendeu Moraes, a própria Viviane e seus filhos na investigação que mirou uma família de três brasileiros que hostilizaram o ministro no aeroporto internacional de Roma, em julho de 2023.
Recentemente, o Barci de Moraes foi contratado pelo Banco Master para representá-lo. A instituição financeira está no centro de uma controversa transação que envolve a venda de parte de sua operação para o BRB, o banco estatal de Brasília.
O objetivo de bolsonaristas em atingir Viviane é ampliar a ofensiva sobre Alexandre de Moraes impondo à sua mulher e ao seu escritório as duras restrições financeiras da Magnitsky e eventualmente inviabilizar o negócio com prejuízos inestimáveis aos clientes poderosos.
Como Moraes já deu todas as sinalizações de que não recuará no julgamento de Jair Bolsonaro na trama golpista, é bem provável que Viviane passe a figurar na lista das sanções Ofac no futuro próximo, ao lado do marido e de suspeitos de ligação com o terrorismo e o tráfico internacional de drogas e armas. (Com informações da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo)
No Ar: Pampa Na Tarde