Terça-feira, 15 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de julho de 2025
Você acorda, encara o espelho com olheiras após uma noite mal dormida e pensa: “Até que estou bem para quem só dormiu cinco horas.” A imagem parece familiar e até simpática. Mas basta tirar uma selfie para o susto acontecer: “Quem é essa pessoa na foto?” A disparidade entre o reflexo e a imagem registrada pode ser frustrante, mas há explicações científicas e tecnológicas para esse fenômeno.
O espelho mostra uma versão com a qual você está acostumado: a imagem invertida do seu rosto. É com esse reflexo que você convive diariamente — se maquia, ajeita o cabelo, faz caretas e canta no banho. Essa repetição cria um senso de familiaridade e conforto. O cérebro, diante dessa rotina, passa a entender aquele rosto invertido como o “normal”.
Ao olhar uma foto, no entanto, você se depara com o seu rosto como ele realmente é visto pelas outras pessoas. Essa mudança de perspectiva causa estranheza. É como se o cérebro não reconhecesse plenamente a imagem e reagisse de forma crítica. Pequenas assimetrias, que não incomodam no espelho, podem parecer acentuadas na foto.
Além disso, a câmera distorce. E muito. Especialmente as de celular, que possuem lentes com efeitos visuais conforme a distância do rosto. Quanto mais próxima estiver a lente, maior a distorção. Isso pode resultar em um nariz ampliado, testa exagerada ou rosto achatado. O famoso “efeito selfie” raramente favorece.
Outro fator é que a câmera congela um único momento. Diferente do espelho, onde é possível se movimentar e ajustar o ângulo, a foto registra exatamente o que está acontecendo naquele segundo — inclusive piscadas, expressões involuntárias ou caretas passageiras. A falta de controle sobre o instante capturado costuma gerar insatisfação com o resultado.
Por isso, não é que você esteja mal na foto. O mais provável é que você apenas não esteja habituado com aquele ângulo ou iluminação. A imagem registrada pode parecer diferente do que seu cérebro espera, mas não significa que ela está errada — apenas retrata uma outra perspectiva.
Algumas estratégias ajudam a melhorar a relação com a câmera. Usar a câmera traseira, que distorce menos, é uma delas. Evitar aproximar demais o celular do rosto, preferir a luz natural e descobrir seu “lado bom” também fazem diferença. Mas o mais importante é relaxar: fotos são apenas registros passageiros, e não definem sua aparência real.
E se, mesmo com todos os cuidados, a foto não agradar, tudo bem. Ela pode ser apagada com um toque. Já o espelho — seu companheiro diário — continuará firme, devolvendo aquele reflexo conhecido e reconfortante, pronto para mais um dia.
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