Domingo, 27 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 27 de julho de 2025
As tensões entre Brasil e Estados Unidos, elevadas por conta da expectativa de tarifas americanas de 50% sobre exportações brasileiras a partir de 1° de agosto, ganharam um novo elemento: o debate em torno de minérios que são produzidos no Brasil.
Em evento do governo federal em Minas Novas (MG) na quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez, em tom de voz elevado, uma defesa da soberania mineral do país.
“Temos nosso ouro para proteger. Temos todos esses minerais ricos para proteger, e aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, afirmou Lula. “A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano.”
Foi uma resposta ao fato de o encarregado de negócios da Embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar, ter manifestado interesse dos EUA em minerais críticos e estratégicos brasileiros, em reunião pedida por ele com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), entidade privada que representa as empresas do setor.
O presidente do instituto, Raul Jungmann, relatou ter respondido que negociações nesse sentido deveriam ser conduzidas pelo governo brasileiro, e não por empresários.
O episódio acontece simultaneamente às negociações entre diplomatas brasileiros e americanos em torno de qual será a dimensão do tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros.
Mas a questão mineral também é parte de um xadrez bem mais amplo e complexo: a batalha global por recursos cada vez mais estratégicos para indústrias do presente e do futuro.
Corrida por minérios
Lítio, nióbio, cobre, manganês e terras-raras, entre outros minérios, estão no centro de uma das disputas mais acirradas do século 21.
Essas matérias-primas são essenciais para a fabricação de tecnologias que moldam o futuro: desde carros elétricos e painéis solares até equipamentos militares de ponta e smartphones.
Lítio, nióbio, cobre, manganês e terras-raras, entre outros minérios, estão no centro de uma das disputas mais acirradas do século 21.
Essas matérias-primas são essenciais para a fabricação de tecnologias que moldam o futuro: desde carros elétricos e painéis solares até equipamentos militares de ponta e smartphones.
São também a base da transição energética global e, por isso, tornaram-se alvo de uma verdadeira corrida geopolítica, movida por interesses bilionários, disputas territoriais e estratégias de poder.
A demanda por esses minérios deve crescer 1,5 mil por cento até 2050, segundo relatório da Unctad, a agência de desenvolvimento da ONU. É muito acima do que a produção global dá conta no momento.
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