Sábado, 12 de Julho de 2025

Home Economia Saiba quais as empresas do Brasil serão mais afetadas pelas tarifas de Trump

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A tarifa de 50% para produtos brasileiros imposta por Donald Trump vai impactar grandes empresas, como Embraer, Suzano, Tupy, Weg e Minerva. De acordo com cálculos da XP, a Embraer será a mais impactada, já que aproximadamente 23% de sua receita vem das exportações para os Estados Unidos.

Em seguida estão Suzano, com 16,6% das receitas em exportações para o mercado americano; Tupy, 13,9%; Jales, 11%; Frasle, 10,8%; e Weg, 9,1%.

A Embraer informou, em nota, que está avaliando os possíveis impactos em seus negócios da possibilidade de aumento de tarifa pelo governo americano, caso o decreto se aplique à indústria de aviação no Brasil. A companhia disse ainda que o tema será abordado na teleconferência resultados do segundo trimestre, marcada para 5 de agosto. “A empresa está trabalhando com as autoridades competentes visando restabelecer a alíquota zero dos impostos de importação para o setor aeronáutico”, complementou a fabricante de aeronaves.

Com cerca de 60% da sua receita atrelada ao mercado norte-americano, a Embraer é considerada por analistas uma das mais expostas. Os temores vêm pressionando o papel da companhia, que recuam desde quarta.

O Itaú BBA prevê impacto de US$ 150 milhões no Ebit da empresa entre agosto e dezembro de 2025, o que representa cerca de 25% da estimativa de lucro operacional da fabricante para este ano. Segundo a equipe do Itaú BBA, uma tarifa de 50% poderia gerar um aumento de 25% no preço para os clientes, “potencialmente implicando em adiamento de entregas ou cancelamentos de pedidos”.

Produção redirecionada

No caso da Suzano, segunda maior afetada, a exposição ao mercado americano é grande demais para ser facilmente redirecionada para outras regiões e “exigiria um esforço comercial e logístico significativo, bem como uma pressão potencial sobre os preços no processo”.

Segundo os analistas do Goldman Sachs, Marcio Farid, Henrique Marques e Emerson Vieira, além da exposição maior aos EUA, que dificulta o redirecionamento, o entendimento é de que a empresa tem contratos de longo prazo com grandes compradores na região que também não poderiam ser facilmente alterados devido aos requisitos de especificações de qualidade.

Outra empresa que deverá sofrer com as tarifas é a Weg. O UBS considerou negativo para a empresa as tarifas de 50% que os Estados Unidos impôs aos produtos brasileiros. Os analistas Alberto Valerio, Andressa Varotto e Rafael Simonetti destacam uma tarifa recíproca de 10% pode ter um impacto negativo de 0,7 pontos porcentuais na margem da companhia, o que representa uma queda de 3% no lucro líquido da Weg.

Em breve comentário, a Weg afirmou que o cenário relacionado à taxação dos Estados Unidos ainda é marcado por incertezas e que, por isso, optou por não comentar o tema num primeiro momento. “Seguiremos acompanhando os desdobramentos e comunicaremos de forma precisa assim que houver maior clareza sobre o tema”, informou a Weg ao ser questionada sobre o assunto.

No setor de petróleo, a XP avalia que o impacto das sobretaxas pode ser amenizado com o desvio dos embarques para outros destinos. “O Brasil também importa produtos de petróleo refinado, gás natural e produtos químicos dos EUA, o que pode ter um impacto se o Brasil decidir retaliar”, dizem os analistas Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Júlia Aquino e Lucas Rosa.

Impacto

Os especialistas destacam que a maior parte das exportações do País é formada por commodities que, em sua visão, podem ser redirecionadas a outros mercados. Os principais itens são: petróleo bruto e refinado, com 18,8%; produtos de ferro e aço, 14,7%; e equipamentos de transporte, 6,8%.

Nas importações, os EUA aparecem como o segundo maior parceiro, respondendo por 15% do total comprado. Os produtos mais relevantes são equipamentos de geração de energia, seguidos de derivados de petróleo, plásticos, gás natural, veículos e químicos.

Os analistas sublinham ainda que é preciso acompanhar os efeitos macroeconômicos sobre o câmbio, o investimento estrangeiro direto (IED) e a inflação. “Os impactos indiretos relevantes serão na moeda, nas expectativas de inflação, especialmente se o Brasil retaliar”, concluem. Com informações de O Estado de S. Paulo

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