Segunda-feira, 29 de Abril de 2024

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A morte do surfista Márcio Freire na última quinta-feira (5) balançou o mundo do surfe e tomou conta do noticiário brasileiro. Aos 47 anos, o especialista em ondas gigantes se afogou ao cair de uma onda na Praia do Norte, na cidade de Nazaré, em Portugal.

Em entrevista ao site Waves.com.br, Pietro França, colega surfista que estava na região no momento do acidente, disse que o fato de Márcio não estar usando um colete inflável dificultou o resgate do big rider.

“Foi na remada. Ele pegou uma bomba, todo mundo viu, e caiu. Foi para baixo e não voltou, ficou todo mundo tentando achar. Só que ele estava só com o colete normal, sem o inflável”, disse.

Feito especialmente para surfistas de ondas gigantes, o colete inflável tem uma espécie de “quatro vidas”. São quatro bombinhas de ar – uma em cada ombro do corpo, e outras duas atrás – que podem ser acionadas caso o surfista tome um caldo muito forte e fazem com que o corpo chegue mais rápido na superfície.

Dessa maneira, caso o big rider caia da prancha, ele pode acionar uma bombinha. Depois, se tomar outro caldo, pode acionar a segunda. E por aí vai. No entanto, se a queda ocasionar numa situação extrema, o surfista pode puxar duas ou mais vidas de uma vez.

No entanto, duas peculiaridades dificultam a análise do caso de Márcio Freire. A primeira é que, desde o início do dia, as ondas de Nazaré estavam “pequenas” em relação ao normal. Podendo chegar aos 100 pés, especialistas indicam que elas estavam em 20 pés, considerada pequena para um surfista experiente como era Márcio. Por outro lado, a maré estava “muito seca”, o que faz com que as ondas joguem o surfista ainda mais pro fundo do mar, deixando o caldo mais potente.

Por isso, especialistas frisam que, embora seja um equipamento extremamente importante para esse tipo de surfe, não é certo que a utilização das quatro vidas com o colete, que em tese tornaria o objeto mais eficaz, conseguiriam salvar Márcio Freire. Além disso, também não dá para cravar que o surfista teria todas as bombinhas à disposição.

Para se ter ideia, em grave acidente em 2019, Pedro Scooby, que estava utilizando o colete, acionou o aparelho, mas não conseguiu subir para a superfície. Na ocasião, o atleta foi ajudado pelo jet ski.

“Mesmo com o colete inflável eu não consegui subir. Fiquei 3 ondas embaixo da água. O Sebastian me falou que me encontrou boiando virado de costas. Eu estava desorientado. Eu não conseguia enxergar nada, mas consegui ouvir ele gritando em inglês para eu agarrar o sled, que é uma pranchinha que fica atrás do jet. Ele me levou até areia, me virou de lado para eu vomitar. E depois me levou para o carro para usar um balão de oxigênio puro para eu me recuperar”, explicou Scooby.

No caso de Márcio, mesmo que não estivesse com o colete inflável, como revelou o amigo, o surfista estava com outros aparatos de segurança, como remadores e três pessoas para o ajudarem com o jet ski. Infelizmente, nenhum deles foi suficiente.

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