Sábado, 24 de Maio de 2025

Home Política Saiba quem é Aldo Rebelo, que saiu do partido comunista e agora é testemunha de defesa de bolsonaristas

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), advertiu o ex-ministro e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, nessa sexta-feira (23), enquanto ele prestava depoimento no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. O episódio ocorreu durante uma audiência em que Rebelo foi chamado a depor como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, um dos envolvidos no caso.

Aos 69 anos, Aldo Rebelo é natural de Viçosa, em Alagoas, e tem uma longa trajetória na vida pública. Jornalista de formação, foi deputado federal por seis mandatos consecutivos, representando o Estado de São Paulo. Sua carreira política teve início nos movimentos de esquerda, especialmente na Ação Popular — uma das principais organizações de resistência à ditadura militar, com forte vínculo com a Igreja Católica. Também atuou no movimento estudantil durante a juventude, o que contribuiu para consolidar sua base ideológica na esquerda brasileira.

Ao longo de sua carreira, Aldo foi filiado ao PCdoB por quatro décadas. Posteriormente, migrou para partidos como PSB, MDB e PDT. Apesar de seu histórico progressista, nos últimos anos passou a adotar posições mais conservadoras, o que o afastou da esquerda tradicional. Em 2024, aproximou-se de Jair Bolsonaro e de lideranças da direita, sendo inclusive elogiado publicamente pelo ex-presidente. Essa guinada o tornou uma figura política peculiar, que transita entre diferentes espectros ideológicos.

No Congresso Nacional, Aldo Rebelo alcançou notoriedade ao presidir a Câmara dos Deputados, sendo lembrado como o “primeiro presidente comunista da Câmara”. Também ocupou importantes ministérios nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, incluindo as pastas dos Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Defesa.

Em 2008, foi candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa encabeçada por Marta Suplicy (PT). Em 2024, assumiu brevemente o cargo de secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, a convite do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Fora das funções tradicionais, Aldo ficou conhecido por propor projetos inusitados durante seu tempo no Legislativo. Em 1999, apresentou uma proposta para punir o uso excessivo de expressões estrangeiras. Em 2003, sugeriu substituir o Halloween pelo “Dia Nacional do Saci-Pererê”, comemorado em 31 de outubro. Outro projeto visava obrigar a adição de pelo menos 10% de mandioca na produção de massas e pães, destacando seu interesse por temas ligados à cultura e à soberania alimentar brasileira.

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