Terça-feira, 09 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de dezembro de 2025
A viagem do ministro Dias Toffoli ao Peru para assistir à final da Copa Libertadores recolocou no centro do noticiário o empresário Luiz Osvaldo Pastore, de 75 anos, suplente de senador pelo MDB e proprietário do jatinho que levou o ministro e o advogado Augusto Arruda Botelho — defensor de Luiz Antônio Bull, um dos alvos da investigação sobre o Banco Master. O deslocamento ocorreu poucos dias antes de Toffoli assumir decisões sensíveis relacionadas ao caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Pastore é um empresário paulista radicado no Espírito Santo, com atuação em setores como importação, indústria e administração de imóveis. Apesar da baixa exposição pública, acumula influência na política e no meio empresarial. Em 2022, declarou um patrimônio superior a R$ 450 milhões.
Sua trajetória no Congresso é marcada por passagens intermitentes pelo Senado, sempre como suplente. Ele começou em 1994, como primeiro suplente de Gerson Camata (MDB-ES), assumindo o mandato no fim do período, entre 2002 e 2003. Voltou ao Senado em 2014, quando foi eleito suplente da senadora Rose de Freitas (MDB-ES). Desta vez, ocupou a cadeira por duas vezes em licenças da titular, em 2019 e em 2022.
Em 2022, Pastore transferiu o domicílio eleitoral para o Distrito Federal e tornou-se candidato a suplente da então ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que disputou o Senado. Na campanha daquele ano, foi seu principal doador, com R$ 380 mil.
Derrotada na disputa para o Senado por Damares Alves, Flávia – à época casada com o ex-governador José Roberto Arruda – iniciou um relacionamento com o empresário Augusto Lima, sócio de Daniel Vorcaro no Banco Master. O casal oficializou a união em 2023, quando ela adotou o sobrenome Peres.
A presença de Toffoli e Botelho no voo de jatinho de Pastore foi revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal Globo. Na manhã do dia 28 – horas antes da viagem –, foi protocolado no STF um recurso de Daniel Vorcaro, dono do banco e também alvo da operação. Por sorteio, o processo foi distribuído para o gabinete de Toffoli.
Dias depois do retorno ao Brasil, o ministro retirou o caso da primeira instância, determinou que o STF passasse a supervisionar toda a investigação e colocou sob sigilo máximo.
Interlocutores do ministro afirmam que ele mantém amizade há anos e que a viagem foi organizada semanas antes de os advogados do dono do banco, Daniel Vorcaro, protocolarem o recurso no STF. Segundo essas mesmas pessoas, o processo envolvendo o Banco Master ainda não havia chegado ao gabinete de Toffoli quando a viagem ocorreu. (Com informações do jornal O Globo)