Terça-feira, 09 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de setembro de 2025
Khalil Al-Hayya, alto funcionário do Hamas visado por Israel no Catar nesta terça-feira (9), tornou-se uma figura cada vez mais central na liderança do grupo radical palestino desde que Ismail Haniyeh e Yahya Sinwar foram mortos no ano passado.
Autoridades israelenses disseram que o ataque tinha como alvo os principais líderes do Hamas, incluindo Hayya, chefe exilado em Gaza e principal negociador. Duas fontes do Hamas disseram à agência de notícias Reuters que a delegação do grupo para negociações de cessar-fogo em Doha sobreviveu ao ataque.
O papel de Khalil Al-Hayya
No centro das negociações de cessar-fogo durante a guerra que eclodiu há dois anos, Hayya tem sido amplamente visto como a figura mais influente do grupo no exterior desde que Haniyeh foi morto por Israel no Irã em julho de 2024.
Ele faz parte de um conselho de liderança de cinco homens que lidera o Hamas desde que Sinwar foi morto por Israel em outubro passado, em Gaza. Vindo da Faixa de Gaza, Hayya perdeu vários parentes próximos — incluindo o filho mais velho — em ataques israelenses na Faixa de Gaza e é um membro veterano do grupo islâmico.
Considerado por ter bons laços com o Irã, uma fonte vital de armas e financiamento para o Hamas, ele tem se envolvido intimamente nos esforços do grupo para negociar diversas tréguas com Israel, desempenhando um papel fundamental no fim de um conflito em 2014 e, novamente, nas tentativas de garantir o fim da atual guerra em Gaza.
Quem é o oficial
Nascido na Faixa de Gaza em 1960, Hayya faz parte do Hamas desde a criação em 1987. No início da década de 1980, ele se juntou à Irmandade Muçulmana — movimento islâmico sunita do qual o Hamas surgiu — juntamente com Haniyeh e Sinwar, segundo fontes do grupo. Em Gaza, ele foi detido diversas vezes por Israel.
Em 2007, um ataque aéreo israelense atingiu a casa da família dele no bairro Sejaiyeh, na Cidade de Gaza, e matou diversos de seus parentes. Durante a guerra de 2014 entre o Hamas e Israel, a casa do filho mais velho de Hayya, Osama, foi bombardeada, matando ele, a esposa e três de seus filhos.
Hayya não estava lá durante a ofensiva. Ele deixou Gaza há vários anos, servindo como ponto de contato do Hamas para os laços com os mundos árabe e islâmico e se estabelecendo no Catar para essa função. Hayya acompanhou Haniyeh a Teerã para a visita em julho de 2024, quando o líder foi assassinado.
Operação militar
Hayya foi citado dizendo que os ataques de 7 de outubro, que deram início à guerra em Gaza, foram concebidos como uma operação limitada do Hamas para capturar “vários soldados” e trocá-los por palestinos presos.
“Mas a unidade do exército sionista entrou em colapso total”, disse ele em comentários publicados pelo Centro de Informações Palestino, ligado ao Hamas, referindo-se às forças armadas israelenses.
Militantes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram outras 250 em 7 de outubro de 2023, segundo dados israelenses. Mais de 64 mil palestinos foram mortos na ofensiva de retaliação de Israel em Gaza desde então, informou o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo radical.
O oficial afirmou que o ataque conseguiu trazer a questão palestina de volta ao foco internacional.