Sábado, 18 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de abril de 2022
Partidos políticos sacaram R$ 5,3 milhões em dinheiro-vivo das suas contas nos últimos sete anos, aponta um levantamento feito pelo Transparência Partidária. Desse total, R$ 3,8 milhões vieram de recursos públicos (fundos eleitoral ou partidário) e o restante não tem identificação de fonte.
O recorte indicou 97 saques acima de R$ 10 mil, sendo o maior no valor de R$ 158 mil. A prática não é ilegal, mas tem regras. Siglas podem tirar dinheiro para compor uma caixinha de despesas de pequeno valor, que não excedam R$ 400. “Em tese, essas transações teriam de ser objeto de diligência no exame das contas realizado pela Justiça Eleitoral”, disse o fundador do Transparência, Marcelo Issa.
Para Issa, é preciso aprimorar a regulação e os mecanismos de registro desse tipo de transação, para se ter mais transparência e melhor controle. “Ainda mais com mecanismos eletrônicos de pagamento que permitem mais transparência e rastreabilidade.”
O PT é o campeão dos saques com R$ 1,4 milhão, seguido pelo Progressistas com R$ 963 mil. Foram ainda encontrados 73 saques com identificação do responsável no período, a grande maioria no Rio Grande do Sul.
O PT disse que, embora não haja ilegalidade, vem adotando medidas que reduziram este recurso, como o uso de cartão de débito para pagamento de refeições de funcionários e dirigentes em viagens a serviço do partido e que total de saques em espécie em 2021 e 2022 foi zero.
Cartão
O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda tem pouco mais de oito meses de mandato pela frente, mas já excedeu os valores do cartão corporativo, em comparação com os gastos dos ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) nos quatro anos de gestão.
Em levantamento feito pelo jornal O Globo, os dados apontam que o chefe do Executivo gastou R$ 29,6 milhões com cartões corporativos até dezembro de 2021. O valor é 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões consumidos nos quatro anos da gestão anterior, de Dilma (2015-2016) e Temer (2016-2018).
Em dezembro do ano passado, conforme apuração do jornal, as compras com os cartões exclusivos da família presidencial chegaram a R$ 1,5 milhão. O valor é o mais alto, para um único mês, dos três anos da atual gestão. No fim de dezembro, o presidente e família passaram alguns dias de folga em Santa Catarina.
Apenas em 2021, as despesas chegaram a R$ 11,8 milhões, o maior valor dos últimos sete anos. Segundo o próprio Palácio do Planalto, diz o jornal, dois dos cartões ficam permanentemente sob poder de Bolsonaro. Os cartões podem ser utilizados para despesas do dia a dia, mas as razões dos gastos são sigilosas. A alegação é de que a divulgação delas colocaria o presidente em risco.
O Globo levou em consideração os gastos presidenciais desde 2013, quando o governo federal passou a divulgar de forma separada as despesas relativas ao presidente da República e de sua família dos outros gastos da Presidência.