Domingo, 19 de Maio de 2024

Home Política “Se a Praça dos Três Poderes estivesse realmente isolada, não teria acontecido isso”, diz ex-ministro da Justiça Anderson Torres em depoimento à CPMI do 8 de janeiro

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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres depôs durante oito horas, nesta terça-feira (8) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de janeiro. Torres afirmou que o planejamento de segurança para os atos não indicava qualquer risco de ruptura ou eventos de terrorismo como os registrados naquela data.

Na oportunidade, Anderson Torres era secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal. Na sexta (6), antevéspera dos atos que depredaram as sedes dos três poderes, ele viajou para os Estados Unidos.

Conforme o ex-ministro da gestão Jair Bolsonaro (PL), considerando os planos de monitoramento para aquela manifestação, “só se caísse uma bomba” os atos teriam chegado àquele patamar de destruição.

“Naquele dia, naquela sexta-feira, os acampamentos estavam praticamente desmontados, ele [General Dutra] precisava da secretária de desenvolvimento social para tirar os vulneráveis, os moradores de rua, antes de fazer o desmonte final do acampamento. Essa foi a imagem que eu viajei com ela na cabeça, de pouquíssimas pessoas naquela sexta-feira, dia 6, nos acampamentos, eu jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer, que aquilo ia virar de novo e se tornar o 8 de janeiro. Quando eu viajei não havia informação de inteligência”, afirmou Torres.

Ele disse ainda que, quando viajou para os Estados Unidos, deixou assinado um Plano de Ações Integradas e que, se a Praça dos Três Poderes tivesse sido realmente isolada, os atos antidemocráticos não teriam acontecido.

“Se a Praça dos Três Poderes estivesse realmente isolada, não teria acontecido isso, senadora. Eu fui secretário de Segurança aqui durante dois anos e três meses, e eu digo à senhora com experiência que não teria acontecido”, respondeu ele à relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Torres salientou que viajou “extremamente tranquilo” devido ao plano e a situação do acampamento.

“Eu viajei extremamente tranquilo por esses dois fatores. Primeiro, as imagens do acampamento daquele dia e, segundo, o PAI [Plano de Ações Integradas] que ficou assinado com as determinações para as instituições e órgãos e agências trabalharem no dia do 8 de janeiro”, afirmou.

Torres foi chamado a depor para prestar esclarecimentos sobre diversos assuntos, entre eles o documento encontrado na sua casa conhecido como “minuta do golpe”.

“Nunca questionei o resultado das eleições. Fui o primeiro ministro a receber a equipe de transição, no meu caso, Flávio Dino, que seria meu sucessor. Entreguei relatórios, agi de forma transparente e sempre no sentido de facilitar. Durante a transição, não foi registrado qualquer contratempo e tudo correu dentro da normalidade”, afirmou Torres à CPMI.

Em outro trecho do depoimento à comissão, ele voltou a dizer que a “minuta do golpe” não tinha valor jurídico e que “jamais” cogitou entregar o documento a alguém.

Conforme o documento encontrado pela PF (Polícia Federal), seria decretado estado de defesa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a fim de mudar o resultado das eleições de 2022. Em depoimento à PF, Torres já havia dito que o documento deveria ter sido descartado e não tinha valor legal.

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