Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 23 de outubro de 2025
A confirmação de um novo surto de meningite em Pelotas motivou a Secretaria Estadual da Saúde (SES) a emitir nessa quinta-feira (23) uma atualização do alerta epidemiológico. De acordo com a prefeitura do município localizado no Sul gaúcho, foram notificados mais dois casos da doença, ampliando seis três os testes posituvos desde agosto.
O Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs) recomenda a aplicação de uma dose de reforço da vacina ACWY em crianças na faixa de 1 a 5 anos incompletos, que já tenham recebido aplicação adiciona com o imunizante meningo C. A medida é temporária e busca ampliar a proteção contra os principais tipos da bactéria causadora da doença.
Da mesma forma, menores com idade de 11 a 14 anos devem ser vacinados com a meningocócica ACWY, disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que protege contra quatro tipos da doença. “A atualização da caderneta de vacinação é uma medida essencial para ampliar a proteção e prevenir novos casos”, ressalta o Cevs. Essas diretrizes são válidas tanto para Pelotas quanto para a vizinha Canguçu.
A classificação do cenário como surto se deu após a notificação de dois novos casos de infecção tipo C, que se somam a um terceiro registrado em agosto, totalizando três ocorrências, sem vínculo entre si e com intervalo inferior a três meses. Um outro surto havia sido identificado em setembro, pelo tipo Y e também com três registros.
Os casos do tipo Y na cidade estão distribuídos entre indivíduos de 5 meses a 72 anos, enquanto os do tipo C abrangem a faixa de 24 a 59 anos. Já Canguçu contabiliza duas ocorrências do tipo Y.
Em todo o Rio Grande do Sul, os números deste ano já superam os de 2024. São 62 ocorrências e oito mortes neste ano, contra 53 casos e sete óbitos no ano anterior. Os registros deste ano estão distribuídos por 14 das 18 coordenadorias regionais de saúde do Estado, com predominância do sorogrupo B (quase 42% das ocorrências). Em seguida, aparecem os sorogrupos C (22,6%) e Y (20,9%).
Além dos surtos registrados em Pelotas, a cidade de Bento Gonçalves identificou um surto neste ano, com três casos confirmados entre julho e agosto, todos causados pelo sorogrupo B.
Saiba mais
A doença meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis. Conhecida como “meningococo”, pode provocar meningite (inflamação das membranas do cérebro), meningococcemia (infecção generalizada disseminada pela corrente sanguínea) ou ambas.
Os principais tipos – ou sorogrupos – da bactéria são identificados por letras: A, B, C, W e Y. Sua transmissão ocorre por vias respiratórias, tosse, espirro ou beijo.
São sintomas febre alta repentina, for de cabeça intensa, rigidez na nuca, náuseas e vômitos, sensibilidade à luz,
sonolência ou confusão mental, manchas vermelhas ou roxas na pele e convulsões. Em menores de 2 anos, os sinais incluem irritabilidade, choro persistente e abaulamento da moleira.
Pelo SUS, estão disponíveis gratuitamente a vacina meningocócica C e a ACWY, conforme os esquemas de imunização detalhados a seguir:
– 3 e 5 meses: Vacina meningocócica C (1ª e 2ª doses).
– 1 ano: Vacina meningocócica ACWY (reforço).
– 11 a 14 anos: Vacina meningocócica ACWY (dose única).
A vacina meningocócica C foi incorporada ao calendário de rotina infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2010. Já a vacina meningocócica ACWY, que protege contra quatro tipos da bactéria (A, C, W e Y), começou a ser oferecida pelo SUS a adolescentes a partir 2020. Desde julho, o reforço preconizado para a idade de 1 ano passou a ser feito com a vacina ACWY, substituindo a meningocócica C.
(Marcello Campos)
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