Domingo, 23 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 22 de novembro de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se manifestou nesse sábado (22) sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada pela Polícia Federal nas primeiras horas da manhã. Em sua declaração pública, Tarcísio afirmou que considera Bolsonaro inocente e reiterou que seguirá ao lado do ex-presidente, independentemente do avanço das investigações e das decisões judiciais. Segundo ele, “tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde” é uma atitude que classificou como “irresponsável”. Para o governador, a condução adotada pelas autoridades federais desrespeita princípios básicos relacionados ao tratamento digno de investigados e condenados.
Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro foi retirado de sua residência por volta das 6h e encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A operação, conduzida de forma discreta, seguiu determinações específicas do magistrado para evitar exposição pública e garantir que o procedimento ocorresse com respeito à integridade do ex-presidente.
Leia a íntegra da manifestação de Tarcísio:
“Jair Bolsonaro tem enfrentado todos os ataques e todas as injustiças com a firmeza e a coragem de poucos. Tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde e ignorando todos os apelos provenientes das mais diversas fontes, todos os laudos médicos e evidências, além de irresponsável, atenta contra o princípio da dignidade humana. Bolsonaro é inocente e o tempo mostrará. Seguimos firmes ao seu lado e lutaremos para que essa injustiça seja reparada o quanto antes.”
A prisão ocorrida neste sábado é uma medida cautelar e, portanto, não está diretamente relacionada à condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado. Essa condenação ainda aguarda o esgotamento dos recursos cabíveis antes de ser executada.
De acordo com a decisão de Moraes, a nova detenção foi solicitada pela Polícia Federal após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar. O episódio ocorreu na noite de sexta-feira (21) e, segundo a PF, poderia servir para dificultar o cumprimento de ordens judiciais. Além disso, a corporação informou que Bolsonaro teria violado as condições de uso da tornozeleira eletrônica, elemento que também pesou na análise do ministro.
Para Moraes, a “eventual realização da suposta ‘vigília’ configura altíssimo risco para a efetividade da prisão domiciliar decretada e põe em risco a ordem pública e a efetividade da lei penal”. O magistrado também destacou que a residência do ex-presidente em Brasília fica a aproximadamente 13 quilômetros da embaixada dos Estados Unidos — distância que, segundo ele, poderia facilitar eventuais tentativas de deslocamento não autorizado.
“Rememoro que o réu, conforme apurado nestes autos, planejou, durante a investigação que posteriormente resultou na sua condenação, a fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele país”, escreveu Moraes ao justificar a necessidade da medida preventiva.