Sábado, 27 de Dezembro de 2025

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O Banco Central desistiu de regular o Pix Parcelado no curto prazo. As regras da modalidade, originalmente previstas para setembro e depois adiadas para novembro, devem demorar mais tempo e não têm prazo para serem publicadas.

Em reunião do Fórum Pix, em Brasília, no início de dezembro, o BC também informou que proibiria as instituições financeiras de utilizarem o nome “Pix Parcelado”, segundo a Agência Brasil. No entanto, termos similares, como “Pix no crédito” ou “Parcele no Pix”, continuam permitidos.

Em nota, o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) avalia que a restrição de nomenclatura não elimina o risco central: o consumidor continuará exposto a produtos de crédito variáveis entre instituições, sem padrão de transparência ou previsibilidade sobre juros, encargos, prestação de informações e procedimentos de cobrança.

“A modalidade de crédito atrelada ao Pix, justamente por estar presente no momento do pagamento e associada à marca mais confiável do sistema financeiro brasileiro, cria riscos únicos: contratação por impulso, confusão entre pagamento e crédito, pouca ou nenhuma compreensão dos encargos e das consequências do não pagamento”, diz o Idec.

Atualmente, cada banco adota regras próprias para o Pix Parcelado, com taxas, prazos e até nomes diferentes. Algumas instituições chamam o serviço de “Pix no crédito”. Já no Santander, por exemplo, a solução é chamada de “Divide o Pix”.

As formas de cobrança dos valores parcelados também variam. Há bancos que descontam o dinheiro da conta corrente, outros põem a quantia na fatura do cartão de crédito.

Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil, avalia que a padronização do Pix Parcelado seria um avanço significativo na proteção ao consumidor. Ele compara esse passo ao que ocorreu no mercado de cartão de crédito em 2024, quando passou a vigorar o teto de 100% ao ano dos juros do rotativo, aplicados quando o cliente não paga toda a fatura no vencimento.

Segundo ele, a padronização sempre foi uma característica central do Pix e um dos fatores que impulsionaram sua popularização. Independentemente do banco, o usuário encontra termos como “Pix copia e cola” ou “chave Pix”. Falta agora que esse mesmo nível de uniformidade chegue à modalidade parcelada.

Clareza sobre taxas

Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar, diz que hoje há maior transparência sobre as taxas em outras linhas de crédito do que no Pix Parcelado. “O cliente precisa verificar qual a taxa de juros cobrada. A modalidade nada mais é do que uma opção de crédito e para isso o pagador precisa comparar antes de parcelar”, diz.

Na prática, o consumidor segue exposto a ofertas muito diferentes entre si, o que dificulta a comparação de custos. Como o Pix já faz parte do dia a dia do brasileiro como meio de pagamento, há o risco de o cliente não perceber que está aderindo a um empréstimo com juros.

Planejadores financeiros ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo apontam que as taxas do Pix Parcelado podem ser altas, por se tratar de uma linha de crédito sem garantia, como ocorre com o empréstimo consignado, que costuma ter juros menores.

Dicas

Cintia Senna, educadora financeira da DSOP Educação Financeira, orienta o consumidor a verificar seus ganhos e gastos, além do valor que pode ser comprometido com o empréstimo e a finalidade desse crédito, antes de parcelar um Pix. “O pagador precisa entender que há cobrança de juros, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e que a modalidade pode pesar no bolso”, diz.

Ela sugere ainda que se considere outras alternativas, como postergar a aquisição de determinado bem ou serviço para evitar a necessidade de tomar crédito.

Outra dica é observar o chamado Custo Efetivo Total (CET), que mede o custo total de um empréstimo, englobando não só as taxas de juros, como outras despesas envolvidas na operação. Vale comparar o CET com os descontos oferecidos no Pix para conferir se a opção compensa.

É importante também observar o chamado Custo Efetivo Total (CET), que mede o custo total de um empréstimo – além da taxa de juros, outras despesas envolvidas na operação.

Harion Camargo, planejador financeiro CFP pela Planejar, aconselha ainda checar como as parcelas serão cobradas e o que acontece em caso de atraso. “Hoje, como não há um padrão definido, esses detalhes variam bastante entre instituições e podem surpreender quem não lê o contrato com atenção.” Com informações de O Estado de S. Paulo.

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