Sábado, 27 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 27 de dezembro de 2025
O Senado da Argentina aprovou nesta sexta-feira, 26, o primeiro projeto de orçamento nacional sob o governo de Javier Milei. Até agora, o presidente ultraliberal governou o país com verbas definidas dois anos atrás, sob outra gestão federal.
O orçamento de 2026 foi aprovado, após mais de oito horas de debate, por 46 votos a favor, 25 contra e uma abstenção.
O texto projeta uma inflação de 10,1%, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% para o próximo ano e reafirma a meta de equilíbrio fiscal, âncora do governo.
A senadora Patricia Bullrich, líder do governo na Casa, disse que “o déficit zero não é negociável: é a linha vermelha que separa o futuro do desastre”.
“Não vamos gastar mais do que arrecadamos, vamos organizar nossas contas”, disse o governista Ezequiel Atauche.
A toque de caixa
Os senadores aprovaram um capítulo polêmico do projeto que elimina os pisos de financiamento para educação, ciência e defesa. Além disso, o texto estabelece critérios mais rígidos para que as universidades tenham acesso a transferências de fundos.
“Quando forem dormir hoje, digam aos seus filhos: ‘estou feliz porque destruí o sistema educacional’”, disse o opositor José Mayans. Ele também criticou a aprovação do orçamento “a toque de caixa”, o que, segundo ele, “representa a decadência e a corrupção do governo”.
Bullrich, por sua vez, defendeu a gestão de Milei: “Não estamos ajustando aqueles que têm menos. Estamos instalando a liberdade”, afirmou.
O presidente argentino governou até agora com um orçamento prorrogado de 2023. Além da rigidez no orçamento, o impacto da inflação nos últimos dois anos resultou na ausência de financiamento exatamente para setores como ciência, saúde e educação.