Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de dezembro de 2025
Após visitar Jair Bolsonaro (PL) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta terça-feira (16), o senador Flávio Bolsonaro (PL) mencionou o risco de saúde “grave” e reforçou o pedido feito pela defesa do ex-presidente ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), por uma “intervenção cirúrgica” para operar duas hérnias.
Segundo Flávio, o ex-presidente descobriu as hérnias após sentir uma pequena dor na perna direita, sendo que a mesma condição também foi encontrada na perna esquerda. De acordo com o senador, a operação precisa ser realizada em ambos os membros.
“Peço que volte o bom senso ao relator desse processo [o ministro Alexandre de Moraes] para que não fique transparecendo que parece que quer matar o Bolsonaro aqui onde ele está. É um risco de saúde real, grave. Peço muito para que ele pare de usar essa jurisprudência. Os médicos pedindo, comprovando a necessidade de fazer uma intervenção cirúrgica, e o relator enrolando e menosprezando a necessidade de tomar conta da saúde dele”, disse Flávio.
O parlamentar ainda disse que o pai estava “bem-humorado e disposto” nesta terça-feira (16).
Avaliação médica
Na semana passada, os advogados de Bolsonaro pediram que o ex-presidente deixasse a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, e fosse transferido para um hospital da capital federal para passar por um procedimento cirúrgico.
Em resposta ao pedido da defesa, Moraes determinou que a Polícia Federal realizasse uma perícia médica independente, marcada para ocorrer nesta quarta-feira (17).
No mesmo dia, os advogados de Bolsonaro pediram ao ministro que o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli realizasse ultrassom para examinar as regiões inguinais do ex-presidente. O ministro autorizou o exame, que foi realizado no domingo (14).
Logo após o ultrassom, a equipe médica do ex-presidente reforçou a necessidade de uma nova cirurgia. De acordo com o advogado João Henrique Nascimento de Freitas, o procedimento seria realizado para tradar duas hérnias inguinais.
“O estado de saúde do sentenciado [Bolsonaro] é grave, complexo e progressivamente debilitado. Ocorre que, desde a última manifestação da defesa, houve evolução objetiva e comprovada do quadro clínico, agora amparada por exame de imagem recentemente realizado e por novo relatório médico conclusivo, que impõem atuação imediata”, sustentam os advogados do ex-presidente.
A defesa pede ainda que os “novos elementos médicos” sejam considerados pelo ministro ao analisar a possibilidade de prisão domiciliar humanitária diante do que chamam de “inequívoca incompatibilidade do quadro clínico atual com o cumprimento da pena em estabelecimento prisional”.
Os médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique afirmam que, após reavaliação clínica e ultrassonografia da parede abdominal e região inguinal, é necessária a realização do procedimento cirúrgico com internação hospitalar.
“Os sintomas de dor e desconforto na região inguinal se acentuaram em virtude das frequentes crises de soluço, que causam aumento intermitente da pressão abdominal”, dizem os médicos.
“O exame ultrassonográfico atual descreve a protrusão de alça intestinal durante a manobra de Valsalva (aumento provocado da pressão abdominal), condição que pode determinar a ocorrência de encarceramento/ estrangulamento intestinal, com necessidade eventual de procedimento cirúrgico de emergência”, afirma o relatório médico.
A equipe do ex-presidente sustenta que o tempo previsto de internação, se autorizada pelo ministro, será de cinco a sete dias. O período é indispensável, de acordo com os médicos, para “contemplar o período necessário para avaliação pré-operatória, procedimentos cirúrgico e anestésico, analgesia pós-operatória, profilaxia de eventos trombóticos e fisioterapia motora”.