Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025

Home Política Senadora afirma que o Brasil pode sofrer mais retaliações dos Estados Unidos em razão do julgamento de Bolsonaro

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A senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS) diz temer novas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a senadora, que foi ministra no governo de Bolsonaro, essa mensagem ficou clara para a comitiva parlamentar que foi aos Estados Unidos em julho para se reunir com congressistas e autoridades com acesso à Casa Branca.

Tereza afirma que Bolsonaro deve ter amplo direito de defesa e diz que o grupo ouviu, durante a viagem, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se vê no lugar do brasileiro.

“Podemos ter uma escalada neste primeiro momento de algumas retaliações vindo dos Estados Unidos, foi o que a gente ouviu lá. A gente achava que a parte política existia, mas que não era tão forte e tão ligada à parte comercial, mas ela é. Foi isso que a gente ouviu de vários interlocutores que têm acesso à Casa Branca”, afirma.

“Por onde nós conversamos, diziam o seguinte: que o presidente Trump se vê na mesma condição em que hoje está o presidente Bolsonaro, de perseguido. Ele se enxerga nesta condição e ele colocou essa imposição política.”

Tereza defende a posição de independência das instituições brasileiras perante as imposições feitas por Trump, mas avalia que a “questão política” pode impactar, por exemplo, na lista de produtos excluídos pelos Estados Unidos da tarifa extra de 50%.

Ela direciona a responsabilidade pelo tarifaço ao governo Lula (PT), quem acusa de falta de diálogo com os Estados Unidos, mas estende a reprovação ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro.

“Eu não faria isso. Eu, no lugar dele. Ele é filho, ele tem as razões dele, enfim, os métodos dele. Eu não faria isso. Eu jogo pelo Brasil”, afirma.

Tereza diz que é preciso esperar o desfecho do julgamento de Bolsonaro para definir o candidato da direita para as eleições de 2026.

A senadora cita os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), como possíveis nomes, mas cobra deles um plano político para o Brasil.

Tereza afirma que “estaria sendo falsa” se dissesse que não gostaria de ser vice-presidente do País, mas diz que colocar essa questão antes de definir o candidato é como “colocar a carroça na frente dos burros”.

“Dizer que eu não gostaria não é verdade. Eu estaria aqui sendo falsa. Mas eu gostaria de ser vice de quem? Quem é o candidato? Eu nunca soube que tinha eleição para vice. Tem eleição para presidente”, diz.

“Eu acho que os nomes que estão postos são muito bons. É questão de escolher e saber o mais viável e que tem o melhor projeto para o Brasil. Acho que quem vier tem que trazer uma proposta robusta para esse país do caminho que a gente quer dar a ele.”

A senadora avalia que a melhora de popularidade de Lula com o discurso de defesa da soberania nacional pode ser rapidamente revertida se as sanções resultarem em demissões em massa por parte dos setores afetados. Neste caso, diz, a culpa recairá principalmente ao atual presidente.

“Ele deu uma levantada aí com esse problema, falando sobre soberania. Mas a gente tem que prestar muita atenção, porque isso pode ser um voo de galinha, um voo curto. O que acontece se, amanhã, começarem a fechar empresas?”, questiona.

“O brasileiro pode culpar os dois (Lula e Bolsonaro), mas quem está à frente do Executivo é o presidente Lula. É ele que tem as rédeas para fazer essa negociação.”

Tereza defende que o partido dela, o PP, deixe o governo Lula e entregue o Ministério do Esporte – hoje sob o comando de André Fufuca – e a Caixa Econômica Federal, controlada pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (AL).

“Eu acho que a gente precisa começar a colocar as coisas nos seus devidos lugares. Quem é oposição é oposição mesmo, quem é da base é da base. O eleitor precisa saber quem nós somos”, diz ela sobre o partido. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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