Sexta-feira, 11 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de julho de 2025
Roman Starovoit, ex-ministro dos Transportes da Rússia, demitido pelo presidente Vladimir Putin, passou a integrar a longa lista de autoridades russas que, segundo o governo, teriam tirado a própria vida. O caso aconteceu na segunda-feira (7) e repercutiu em todo o mundo.
Nos últimos anos, a imprensa russa noticiou uma série de suicídios envolvendo autoridades ligadas a Putin, além de opositores do presidente e até magnatas. O governo da Rússia também foi acusado de ter encomendado mortes de críticos e adversários políticos.
Roman Starovoit
Roman Starovoit foi encontrado morto na região de Moscou horas depois de ser demitido do cargo de ministro dos Transportes. O corpo dele foi achado em meio a arbustos na segunda, segundo a imprensa local.
O jornal russo “Izvestiya”, citando uma fonte anônima, afirmou que Starovoit atirou em si mesmo. Outros meios de comunicação russos disseram que uma pistola pertencente a ele foi encontrada ao lado do corpo.
Em coletiva na terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o governo russo está “chocado” com a morte de Starovoit.
Alexei Navalny
Alexei Navalny morreu em fevereiro de 2024 em uma colônia penal no Ártico. Ele tinha 47 anos e era um dos principais opositores de Vladimir Putin. Em um laudo, o governo russo afirmou que o político morreu de causas naturais.
À época, o Serviço Penitenciário da Rússia disse em comunicado que Navalny se sentiu mal durante uma caminhada e perdeu a consciência. Segundo a agência russa Tass, ele foi levado ao hospital, e socorristas tentaram reanimá-lo por 30 minutos.
Navalny ficou famoso por fazer acusações de corrupção contra o governo Putin. Em 2010, liderou um movimento que levou milhares de pessoas às ruas. Ele chegou a ser pré-candidato à Presidência, mas foi impedido de concorrer às eleições.
Por pelo menos duas vezes, em um intervalo de dois anos, Navalny foi alvo de tentativas de envenenamento. Em um dos casos, em 2020, o opositor passou mal em um voo e foi levado às pressas para a UTI. Mais tarde, descobriu-se que agentes químicos haviam sido implantados na cueca dele.
Yevgeny Prigozhin
Yevgeny Prigozhin morreu em agosto de 2023, após o avião em que ele estava cair perto de Moscou. Ele era chefe do grupo de mercenários Wagner, que batalhou ao lado da Rússia na guerra contra a Ucrânia.
Prigozhin tinha 62 anos e era amigo íntimo de Putin até poucos meses antes de morrer. Os dois romperam após o grupo Wagner iniciar uma campanha para destituir o ministro da Defesa da Rússia em junho de 2023.
O governo russo alega que as causas da queda estão sendo investigadas.
Alexander Litvinenko
Alexander Litvinenko foi morto em novembro de 2006, em Londres. Ele era um ex-agente do serviço secreto russo e foi envenenado, segundo as autoridades britânicas.
Litvinenko foi espião da KGB durante a época da União Soviética e continuou trabalhando como agente do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) após o colapso do bloco. Putin assumiu o comando do órgão na década de 1990, antes de se tornar presidente.
Segundo a AFP, quando morreu, Litvinenko estava trabalhando para a agência de espionagem britânica e ajudava no combate à máfia russa. Em 2021, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerou a Rússia responsável pela morte de Litvinenko e determinou o pagamento de uma indenização.
Pavel Antov
O magnata Pavel Antov foi encontrado morto em um hotel na Índia em dezembro de 2022, semanas após criticar a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele atuava como deputado regional e era empresário do ramo de salsichas.
Antov era do mesmo partido político de Putin e chegou a ocupar cargo em um comitê de agricultura do governo. Em julho de 2022, após o início da guerra, ele usou uma rede social para classificar os ataques com mísseis da Rússia a Kiev como “terrorismo”.
Um policial disse em entrevista que a suspeita é de que ele se matou depois de ficar deprimido com a morte do amigo.
Ravil Maganov
Ravil Maganov tinha 67 anos e morreu em setembro de 2022, depois de cair da janela de um hospital em Moscou. Ele era presidente da companhia petrolífera russa Lukoil.
Após o início da guerra, a empresa que Maganov comandava emitiu uma nota de condolência às vítimas dos bombardeios e pediu o fim do conflito na Ucrânia o mais rápido possível.
A morte do empresário teve versões diferentes na Rússia. A Lukoil divulgou uma nota afirmando que Maganov morreu em decorrência de uma “doença severa”, enquanto a mídia estatal informou que ele havia tirado a própria vida.
Onda
Desde o início da invasão à Ucrânia, uma série de magnatas e executivos russos morreram em circunstâncias suspeitas. Em vários casos, a imprensa local apontou suicídios, quedas de janelas ou mortes violentas envolvendo familiares.
Muitos desses empresários ou dirigentes tinham ligações com setores estratégicos, como petróleo, gás ou bancos, e alguns chegaram a criticar abertamente a guerra. Alguns deles são:
* Leonid Schulman, diretor da Gazprom.
* Alexander Tyulyakov, vice-diretor da Gazprom.
* Andrei Krukovsky, diretor do resort da Gazprom.
* Mikhail Watford, magnata do petróleo.
* Sergei Protosenya, ex-executivo da Novatek.
* Vasily Melnikov, ex-funcionário da empresa de equipamentos médicos MedStom.
* Vladislav Avaev, ex-vice-presidente do Gazprombank.
* Kristina Baikova, vice-presidente do banco Loko-Bank.
No Ar: Pampa Na Tarde