Quinta-feira, 17 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de julho de 2025
Prepare seu drink, ajeite o roupão de cetim e vamos falar de um clássico contemporâneo: homens maduros que só se interessam por garotas novinhas. Estamos chamando carinhosamente de Síndrome de DiCaprio, mas poderia muito bem se chamar “Peter Pan de terno italiano”.
Leonardo DiCaprio, nosso eterno Jack do Titanic (que afundou, mas sua preferência por meninas com menos de 25 anos continua flutuando firme), tem 49 anos e um histórico amoroso mais previsível que final de novela das 21h. As ex? Todas jovens, belas e com idade que ainda permite pagar meia no cinema. Coincidência? Talvez. Ou talvez seja um espelho reluzente de um fetiche masculino mais comum do que shampoo 2 em 1 em banheiro de homem solteiro.
A tal da “Síndrome de DiCaprio” surgiu primeiro como meme, depois virou piada recorrente e agora é quase um estudo de caso. E o comportamento está longe de ser exclusividade hollywoodiana. Fora dos tapetes vermelhos, o fetiche pela juventude é uma tendência que nunca sai de moda. Sim, estamos falando de homens que querem mulheres tão novas que o RG ainda tem cheiro de gráfica.
Nas plataformas de acompanhantes de luxo e no mundo do sugar dating, essa preferência nem tenta se esconder. O filtro “até 23 anos” virou o novo “sem glúten” do desejo masculino. “Quero uma garota que pareça ainda mais nova do que é”, disse ele, com 52 anos e boné para esconder a calvície.
Segundo Bárbara Gutierrez, sócia da Exclusive, plataforma que conecta mulheres e experiências a homens de alto padrão, juventude não é só critério. É *o* critério. “Juventude virou sinônimo de energia, frescor, submissão e status. É como um selo de qualidade com data de validade curtíssima”, diz. O sócio Bernardo Castro complementa: “Isso não é só sobre beleza. É sobre poder. Sair com uma mulher jovem é como desfilar com uma Ferrari: barulhento, chamativo e cheio de crise dos 40 — ou 50, ou 60”.
Tudo isso compõe o pacote da mulher-troféu: rosto sem rugas, corpo com curvas certas, voz de GPS sussurrando “você é incrível” e, de preferência, pouca opinião. É a ilusão de moldabilidade: quanto mais nova, mais fácil de ensinar, moldar, deslumbrar. E muitos desses homens não querem um par — querem uma plateia.
Um estudo da Universidade da Califórnia em Davis mostrou que sim, muitos homens (e até algumas mulheres) preferem parceiros mais jovens. Mas ninguém admite isso no jantar em família. Preferem dizer “me apaixonei pela energia dela”. Spoiler: quando a moça tem mais energia é porque ainda toma Nescau de manhã.
Essa preferência virou mercado. Em agências, apps e jantares discretos, a juventude é vendida como champanhe francesa: exclusiva, gelada e com prazo de consumo curto. E aqui vale o parêntese: há casos reais de casais com grande diferença de idade que se amam e se respeitam. O que se critica aqui é o padrão repetido, impessoal e fetichizado, disfarçado de romance.
No fim, a Síndrome de DiCaprio nem é sobre o Leo. É sobre homens comuns tentando driblar o espelho e comprar o sentimento de ainda serem desejáveis. Mais do que desejo, é crise de identidade embrulhada em vestido justo. Porque, enquanto existirem filtros de idade, relógios de luxo e crises existenciais com cheiro de couro novo, a síndrome seguirá firme, de mãos dadas com alguém que nasceu quando o primeiro Matrix ainda era novidade.
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