Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025

Home Porto Alegre Soro contra veneno de escorpião passa a ser oferecido em mais um hospital de Porto Alegre

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A rede municipal de Porto Alegre passou a oferecer em mais uma instituição de saúde o soro contra veneno de escorpião. Já disponível anteriormente no Hospital de Pronto Socorro (HPS), o antídoto agora também é ministrado no Cristo Redentor (Zona Norte). Trata-se de um fármaco de grande importância, devido ao risco de morte pela picada de algumas espécies do animal – inclusive o escorpião-amarelo, encontado com frequência na cidade.

Em casos de acidentes, o tempo de atendimento da vítima deve ser o mais rápico possível, sobretudo quando a vítima é criança, idoso ou indivíduo com condição de saúde fragilizada. Vale lembrar que três pessoas foram atacadas na Capital gaúcha – duas no Centro Histórico e uma no bairro Mário Quintana (Zona Leste). Já no ano passado houve quatro incidentes desse tipo.

Em Porto Alegre são frequentes as notícias sobre avistamentos e capturas de escorpião-amarelo, tendo como uma das áreas de maior incidência a rua Senhor dos Passos (Centro Histórico). Nesta última, uma professora foi picada dentro do prédio do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), mas se recuperou bem.

Um dos motivos de preocupação é a facilidade e rapidez com que a espécie (Tityus serrulatus) se reproduz, bem como sua preferência, em ambientes urbanos, por locais como encanamentos de esgoto, ralos, bueiros, entulho e frestas de paredes. Essa adaptabilidade amplia as chances de incidentes com humanos.

Um exemplar adulto tem cerca de 7 centímetros e sua biologia é peculiar: não existem machos da espécie – a fêmea vive em média quatro anos e se reproduz pelo processo chamado “partenogênese”, em média duas vezes por ano e com 20 filhotes por vez (160 durante a vida).

Especialistas ressaltam que a espécie costuma atacar somente quando molestada, para se defender. É o que ocorre, por exemplo, quando alguém coloca a mão ou encosta no animal, intencionalmente ou sem querer. A picada é dolorosa e faz com que o veneno se disperse pelo corpo, podendo causar náusea, vômitos, salivação e taquicardia.

Prevenção e controle

Os escorpiões alimentam-se, principalmente, de baratas, procurando abrigos infestados por esses insetos. Para controle do escorpião-amarelo, são importantes as atividades de limpeza de terrenos baldios, quintais e jardins, com retirada de acúmulo de entulhos, folhas secas e lixo não acondicionando em sacos plásticos, que atraem o inseto.

Outra medida essencial é manter fossas sépticas vedadas, paredes externas e muros rebocados, sem vãos ou frestas – o mesmo vale para soleiras de portas e rodapés soltos. Nas áreas internas de domicílios, devem ser utilizadas telas em ralos, pias e tanques. Caixas de energia e telefonia também precisam estar bem fechadas.

Preservar os predadores naturais dos escorpiões também é uma forma de controlar a população do aracnídeo, especialmente aves de hábitos noturnos (como corujas e joão-bobo), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos, gansos e gambás.

Não é recomendado o uso de inseticida: o produto químico exerce ação irritante que pode levar o escorpião a se espalhar pela área, dificultando assim sua captura. E o animal também possui capacidade de permanecer com seus estigmas pulmonares (aberturas que permitem a respiração) fechados por longo período.

A captura deve ser realizada por profissional habilitado. A busca ativa é uma medida de controle populacional realizada sempre em duplas e com o uso de equipamento de proteção individual: bota ou sapatos fechados, calça comprida, camisa de manga longa com pulso justo e luvas espessas de couro. Os animais recolhidos são enviados ao Centro de Informações Toxicológicas do Rio Grande do Sul (CIT-RS).

Indivíduos atacados pelo animal devem ser encaminhados a hospitais com disponibilidade de antídoto, fornecido pelo setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Há um plantão para esclarecimentos e notificação de casos, pelo telefone 0800-721-3000, registra acidentes pelas picadas dos peçonhentos e orienta o uso de soros.

Em Porto Alegre, a recomendação é acionar os serviços do portal 156: telefone, aplicativo “156+POA” ou site 156web.procempa.com.br. É importante informar o local exato da ocorrência.

(Marcello Campos)

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