Domingo, 13 de Julho de 2025

Home Notícias Tarifaço de Trump reacende nas redes o antagonismo entre o partido de Lula e o partido de Bolsonaro

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O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça taxar em 50% os produtos brasileiros alegando ser uma resposta à “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reacendeu o antagonismo entre PT e PL que marcou as últimas duas eleições presidenciais no País. Na repercussão do tarifaço, os dois partidos agiram rapidamente para tentar impor narrativas nas redes sociais.

O PT tenta explorar o que chama de contradição patriótica dos bolsonaristas. “Roubaram a bandeira, mentiram com ela no peito, traíram com ela nas costas”, diz o primeiro filme da campanha. O mote “Defenda o Brasil” será veiculado nos próximos dias junto com a campanha “BBB”, que prega a cobrança de mais impostos para bilionários, bancos e bets.

O vídeo mostra também Bolsonaro batendo continência a Trump, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usando o boné com os dizeres “Make America Great Again” e cenas dos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Patriotas? Batem continência para outra bandeira, bajulam Trump, 50% de imposto na importação brasileira, silêncio covarde dos falsos patriotas”, afirma um locutor no vídeo. “Usaram nossa bandeira como fantasia para esconder traição, mentira, submissão. Nossa bandeira não é adereço, não é figurino de traidor, é símbolo de um país que trabalha”, continua a voz em off.

O governo Lula tem apostado no discurso da defesa da soberania nacional para capitalizar politicamente. “Respeita o Brasil”, publicou o perfil oficial do governo nas redes sociais. “Brasil soberano”, diz o título de outra peça, publicada pelo presidente.

Blindagem

Na quarta-feira à noite, horas depois da divulgação da carta de Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em meio a uma investida da esquerda contra o clã Bolsonaro, o PL fez uma reunião para alinhar o contra-ataque. As redes sociais do partido disseminam desde a quarta-feira (10) a campanha “A culpa é do Lula”, com uma série de publicações, inclusive feitas por inteligência artificial. A mensagem atribui ao presidente a responsabilidade por ter procurado o acirramento com a Casa Branca.

Uma das peças mostra um agricultor, gerado por tecnologia, lamentando que sua produção poderia ter sido exportada para os Estados Unidos, “mas o cabra que está aí no poder foi lá e ficou de gracinha com os gringos, e quem se ferra é a gente”. “Quem perde é o rico? Não, é a gente. Eu vendo menos, ganho menos, o meu neto perde o emprego. Agora estamos aqui colhendo prejuízo. A culpa é do Lula”, diz outro personagem.

Apoiadores de Bolsonaro têm compartilhado publicações listando ações de Lula que teriam, segundo eles, provocado Trump a investir num ataque tarifário contra o Brasil. Entre as medidas estão comentários da primeira-dama Janja da Silva sobre Elon Musk e do presidente sobre Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, além da ideia ventilada na cúpula do Brics de tornar os países do bloco menos dependentes do dólar no comércio internacional.

Enquanto culpam Lula pela iniciativa de Trump, os bolsonaristas tentam blindar o ex-presidente e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de críticas. Um dos argumentos é o de que Eduardo teria tentado atuar para restringir a punição ao ministro do STF Alexandre de Moraes, sem afetar o País inteiro. Há um receio de que a culpa recaia no clã, como aliados do governo Lula têm endossado.

“Eduardo tem buscado responsabilizar indivíduos. O objetivo dele nunca foi sancionar o Brasil”, afirmou o senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do partido. Para Marinho, Bolsonaro não deve tentar interceder na Casa Branca. “Esse não é o nosso papel. A gente deve estimular Lula a exercer o seu papel de presidente. Bolsonaro ficaria feliz de fazer essa mediação, mas não acho que chegue a isso”, disse. Com informações de O Estado de S. Paulo.

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