Terça-feira, 21 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de maio de 2023
A taxa de juros chegou a 13,75%, em agosto do ano passado porque houve “uma farra durante as eleições”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião na Câmara dos Deputados. “A autoridade monetária subiu a taxa de juros por descontrole das contas públicas.”
“O Banco Central se viu na contingência de subir”, disse. “Quando o juro foi a 2%, o câmbio foi a R$ 5, já que investidores acharam que taxa era insustentável.”
Há de se pensar se deveria chegar a 13,75%, comentou. Porém, a inflação estava em dois dígitos no governo de Jair Bolsonaro, afirmou, em resposta a questionamentos do deputado Kim Kataguiri (União-SP).
O movimento do Banco Central (BC) foi um reflexo do que aconteceu em 2021 e sobretudo em 2022, reafirmou. A inflação começou a cair. Desde as eleições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, a equipe de governo passou a trabalhar para “corrigir a confusão fiscal do processo eleitoral”. Conforme Haddad, no dia 12 de janeiro, foram tomadas “medidas saneadoras” como a reoneração de combustíveis, a discussão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e as regras de preço de transferência.
Essas medidas, conforme o ministro da Fazenda, abrem espaço para a redução de juros. No início deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, pela sexta vez consecutiva, a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano.
“Um outro gasto muito importante em respeito ao Orçamento federal em relação à dívida são as taxas reais de juros. Também pouco se olha para isso. Este ano, a estimativa de gasto real com juros é da ordem de R$ 740 bilhões. E vejam que curiosidade: o gasto injustificado alimenta o juro real porque é o desequilíbrio das contas públicas promovido pelo gasto tributário que faz com que o Banco Central suba o juro por insustentabilidade da trajetória da dívida pública”,
Durante os oito anos dos governos anteriores de Lula, só houve um presidente do BC, Henrique Meirelles. “Ele agiu com plena autonomia, sem lei da autonomia”, afirmou. “E nem por isso o ex-vice-presidente José Alencar deixava de criticar as taxas de juros praticadas.”
Na audiência, Fernando Haddad disse acreditar que, após décadas de análise entre os parlamentares, a reforma tributária poder ser votada na Câmara dos Deputados a partir de junho. Segundo o ministro, a nova legislação será progressiva mesmo em relação aos impostos sobre consumo.