Sábado, 27 de Julho de 2024

Home Brasil Técnica de enfermagem era tratada como médica em hospital e nas redes sociais

Compartilhe esta notícia:

O caso de uma paciente que denunciou que era mantida em cárcere privado no Hospital Santa Branca, de propriedade do cirurgião Bolívar Guerrero da Silva – preso pela denúncia –, trouxe outras denúncias de irregularidades à tona.

Uma delas é da vendedora Fernanda Almeida, de 24 anos. Ela se diz vítima de erro médico e que descobriu depois que a “médica” que fez o procedimento nela era, na verdade, a técnica de enfermagem Kellen Cristina de Queiroz dos Santos, de 31 anos.

“Para mim, a Kellen era médica. Tanto que tratei minhas cirurgias com ela. Ela, inclusive, cobrava a mais para estar na cirurgia. Dizia que o doutor Bolívar era muito ocupado e não conseguia dar tanta atenção depois, no pós-operatório. Mas que, se a paciente topasse pagar a mais, ela daria toda assistência no pré-operatório, durante e nos pós”, contou.

Fernanda se submeteu a uma cirurgia de colocação de silicone, em janeiro de 2021, e a um retoque, em agosto do mesmo ano.

Fernanda conta que Kellen oferecia/vendia as cirurgias, mas sempre se apresentava como médica, usava jaleco branco no hospital e era tratada como tal no Santa Branca.

Com a promessa de que receberia todo suporte e atenção na sua cirurgia, Fernanda aceitou pagar a mais para Kellen. O procedimento de janeiro, que custaria R$ 7 mil só com Bolívar Guerrero, foi para R$ 8,1 mil para ter a ajuda e assistência de Kellen Queiroz.

Prints apresentados por Fernanda, nas tratativas para o procedimento, Kellen detalha como cuida das pacientes e oferece inclusive um atestado para Fernanda para que ela consiga ser liberada do trabalho.

A reportagem tentou contato por telefones de Kellen, mas não conseguiu falar com a técnica de enfermagem. Em depoimento à polícia, ela disse atuar apenas como “suporte técnico” e na captação de pacientes.

Questionada se tem ciência das denúncias de que Kellen opera as pacientes, a polícia disse apenas que o caso está em fase de investigação.

Possível cirurgia com Kellen

Ainda segundo o relato, após a primeira cirurgia, ao perceber que o resultado não tinha ficado como esperava, Fernanda recorre a Kellen, que prontamente responde que os inchaços no local operado podem alterar a forma do seio e marca um revisão.

“Vem, minha linda, pra eu te ver. Você está causando com esses seios. Muita gente me ligando e querendo um igual. Estão babando no seu seio. Vamos benzer”, diz print da conversa entre Kellen e Fernanda e que também fazem parte do processo que a ex-paciente move contra a técnica de enfermagem e Bolívar Guerrero.

Em fevereiro, quase um mês depois da cirurgia, Fernanda pede ajuda com as cicatrizes e recebe a indicação de uma pomada de Kellen.

Ela também voltou ao que diz ser o consultório da técnica de enfermagem para mais uma revisão e, ao não se satisfazer com o resultado da primeira cirurgia, que teria deixado os seios tortos e caídos, pede um retoque.

O mesmo foi marcado para agosto de 2021 e, novamente Fernanda pagou a mais novamente para ter o suporte de Kellen.

“No primeiro procedimento, levei anestesia geral e apaguei. Mas, na segunda, tenho certeza que foi ela que me operou. Eu ouvia a voz dela na sala de cirurgia, fazendo as coisas. No segundo procedimento, só vi o doutor Bolívar na hora que ele saiu de um outro centro cirúrgico, com as luvas ainda sujas de sangue e veio marcar o meu peito. Quando fiz uma cara de nojo, ele tirou uma das luvas e jogou fora. Marcou o peito e foi embora”, diz Fernanda.

Ela conta que, além de não ter tido Bolívar em seu procedimento, foi destratada por uma anestesista que disse: “Essa aí está gostando de fazer cirurgia”, e não recebeu o mesmo suporte da então “dr. Kellen”.

O resultado da segunda cirurgia não melhorou a situação. Os seios foram levantados, mas ficaram com auréolas diferentes e um peito mais para cima do que o outro.

Kellen também não apareceu para tirar o dreno, como havia tratado com sua “paciente”, segundo Fernanda.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Justiça solta mãe presa por matar a facadas suspeito de assassinar filho adolescente no Piauí
Corregedora arquiva reclamação contra juíza do Rio Grande do Sul que criticou uso da bandeira do Brasil como “propaganda eleitoral”
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Show de Notícias