Segunda-feira, 06 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de outubro de 2025
Uma telecirurgia realizada no Paraná foi reconhecida pelo Livro Guinness de Recordes por ser a operação remota de maior distância já realizada na história. O procedimento envolveu um paciente internado com uma hérnia inguinal no Hospital Cruz Vermelha, em Curitiba (PR), e um cirurgião brasileiro que foi enviado para um hospital do Kwuait, a exatos 12.034,92 km de distância. A ação, realizada no dia 23 de setembro, também envolveu o “intercâmbio” de médicos kuwaitianos para a capital paranaense, de onde operaram um paciente no país asiático.
De acordo com o Guinness, livro anual que chancela recordes e feitos ao redor do mundo, o recorde anterior havia sido registrado em uma operação realizada entre as cidades de Casablanca, no Marrocos, e Xangai, na China.
“Ambas as cirurgias foram concluídas com sucesso e segurança, reforçando a viabilidade da colaboração global em cuidados cirúrgicos e estabelecendo um novo padrão no campo da cirurgia robótica remota”, publicou o selo responsável pela publicação do anuário em seu site.
A ferramenta utilizada para a telecirurgia foi um robô cirúrgico de última geração criado pela empresa chinesa Edge Medical. Além do maquinário, a realização do procedimento também foi apoiada por uma infraestrutura tecnológica robusta, que inclui a instalação e a conexão de outro robô no país asiático e um sistema de conectividade digital que reduz a latência, ou seja, o “delay” das ações entre os dois países.
Idealizador e coordenador da iniciativa, o médico Marcelo Loureiro, da Scolla Centro de Treinamento Cirúrgico, afirma que a realização do procedimento mostra que a telecirurgia “evoluiu de demonstração experimental para prática clínica viável, transformando fundamentalmente o acesso à saúde especializada”.
A tecnologia já havia sido testada em agosto, quando foi realizada a primeira cirurgia robótica à distância da América Latina. O procedimento, que conduziu a retirada da vesícula de um suíno em Cascavel, no oeste paranaense, foi operado por um médico em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, a quase 500km de distância.
O procedimento mobilizou uma infraestrutura tecnológica de ponta, composta por dois robôs — um no CEONC, equipado com console de comando, e outro na Scolla, com braços articulados — além de um módulo de telecirurgia para decodificação de sinais. A tecnologia de comunicações envolve fibra óptica, internet móvel 5G, 6G e satélite, garantindo uma transmissão estável.