Terça-feira, 14 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de fevereiro de 2023
Subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, o britânico Martin Griffiths classificou o terremoto que na semana passada atingiu áreas da Turquia e Síria como “o pior desastre da região nos últimos 100 anos”. Especialistas inclusive já consideram a catástrofe como o sétimo desastre natural mais mortal do século 21, superando o terremoto seguido de tsunami no Japão em 2011.
Durante coletiva de imprensa na província turca de Kahramanmaras, ele também elogiou como “extraordinária” a resposta das autoridades turcas à catástrofe, mas admitiu preocupação com a necessidade de a ajuda às vítimas sírias cheguem a todas elas, tanto nas regiões controladas pelo governo quanto nas que estão sob domínio da oposição.
“As coisas a esse respeito ainda não estão muito claras”, salientou. Até agora, de acordo com agências internacionais de notícias, proporcionalmente muito pouca ajuda entrou, apesar das promessas das autoridades em viabilizar a logística.
O sismo, com magnitude de 7,8 na escala Richter, atingiu a área próxima à fronteira dos dois países na segunda-feira (6). Mais de 100 abalos secundários foram sentidos na sequência, um dos quais com índice 7,5. Na noite deste sábado (11), a estatística oficial apontava mais de 28 mil mortos (24.617 na Síria e 3.500 na Síria), mais quase 100 mil feridos.
A ONU teme o agravamento da situação, com mais de 40 mil mortos. A estimativa leva em consideração os corpos ainda sob os escombros e vítimas resgatadas mas cuja sobrevivência é difícil, seja pelas condições em que foram encontradas ou mesmo pela precariedade dos muitos dos serviços de atendimento.
Drama tende a se agravar
Em diversas partes dos dois países, há áreas completamente devastadas. Além do frio, da fome, um dos perigos é o surto de doenças transmissíveis. Também não faltam relatos de saques. Cidades de algumas províncias sofrem, ainda, com problemas gerados por alagamentos devido à elevação momentânea do nível do mar.
Milhares de pessoas estão desabrigadas e várias delas recebem atendimento hospitalar, inclusive em estruturas improvisadas para dar conta da demanda emergencial gigantesca. Boa parte dos sobreviventes são pessoas que já estavam ou passaram a estar em situação de vulnerabilidade, incluindo crianças agora órfãs de pai e mãe – há muitas sem qualquer adulto para responder por elas.
Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), chegou neste sábado a Aleppo, na Síria. Ele levou medicamentos e declarou estar ainda mais preocupado com o que viu. “A situação já era precária antes mesmo do terremoto, por causa da guerra civil na Síria”, frisou.