Quarta-feira, 24 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 24 de dezembro de 2025
A negociação pré-processual entre os Correios e os funcionários, no âmbito do TST (Tribunal Superior do Trabalho), corre o risco de entrar em dissídio — termo jurídico para conflito ou divergência entre empregado e empregador. A proposta foi submetida à apreciação dos trabalhadores em assembleia nesta terça-feira (23).
Durante a mediação, os Correios apresentaram uma proposta a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares) e a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).
No entanto, segundo fontes ouvidas pela reportagem, a proposta tem sofrido resistências da Fentect. A CNN apurou que os pontos apresentados pelos Correios receberam aceitação da maior parte dos trabalhadores. No entanto, a federação discorda dos termos propostos, o que inviabiliza o acordo.
Sem acordo, o processo entra em dissídio, o que pode acarretar na perda de concessões já acordadas com os Correios durante a negociação. A federação mantém o indicativo de greve.
“Depois de mais de cinco meses de negociação, diálogo e paciência, a empresa segue intransigente e insiste em jogar nas costas dos trabalhadores a conta da má administração, apresentando propostas que retiram direitos e atacam nossa dignidade”, disse a Fentect em publicação nas redes sociais nesta terça-feira.
Já a Findect informou que nenhum acordo será fechado sem a decisão soberana da categoria. “Cada direito preservado até aqui é fruto da organização, da unidade e da luta coletiva, que seguem sendo fundamentais neste momento decisivo”, declarou em comunicado.
Diante da possibilidade de paralisação, o presidente do TST, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, convocou ministros integrantes da Seção Especializada em Dissídios Coletivos para que fiquem de prontidão, caso seja necessária a realização de julgamento imediato, mesmo durante o recesso de fim de ano.
A Seção de Dissídios Coletivos julga questões trabalhistas complexas, como greves, acordos e convenções coletivas, tendo o poder de criar normas para reger relações de trabalho quando há conflitos coletivos, buscando a pacificação entre capital e trabalho.