Domingo, 16 de Novembro de 2025

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Três cúpulas do Clima das Nações Unidas (COPs) em países não democráticos, uma pandemia, a emergência climática e os problemas da Amazônia tornaram a COP-30, em Belém, uma panela de pressão. Uma tentativa de invasão da zona restrita da ONU na terça-feira (11), e um novo protesto nessa sexta-feira (14) levaram a presidência da COP e ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se reunirem com manifestantes. Hoje, os movimentos sociais voltam às ruas em uma marcha por justiça climática com expectativa de participação de 30 mil pessoas.

Os protestos elevam a temperatura e trazem o debate para fora do ar-condicionado da zona restrita. Entre as pautas dos protestos, estão grandes obras na Amazônia capitaneadas pelo governo Lula, como a ferrovia Ferrogrão, a concessão de hidrovias no Tapajós e a exploração de petróleo na foz do Amazonas. Os indígenas também lutam pela demarcação de terras.

O governo tenta minimizar o desgaste das manifestações, afirmando que há uma demanda reprimida da sociedade civil. As últimas cúpulas foram no Azerbaijão, nos Emirados Árabes Unidos e no Egito, onde os protestos de rua não eram permitidos. Antes dessas, houve ainda a COP em Glasgow, em meio à pandemia de covid-19.

Mas a inércia do governo estadual em garantir a segurança no entorno do local onde ocorrem as negociações da COP30 irritou membros do governo federal. A gestão Helder teria se esquivado do problema com o argumento de que Belém está sob decreto de Garantia de Lei e da Ordem (GLO) e, portanto, a atribuição seria da União.

O governo federal escalou vários representantes, incluindo as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, para falar com representações indígenas. O mesmo foi feito pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e pela CEO, Ana Toni. Apesar disso, a líder Alessandra Munduruku afirmou que não considera que o objetivo do grupo tenha sido alcançado. “A gente quer falar com o Lula”, disse.

O protesto pacífico dos Munduruku acabou interditando a entrada principal da COP. Com isso, algumas coordenações de negociação tiveram de ser adiadas ou não aconteceram com todos os presentes. Lago afirmou que os protestos indígenas são “legítimos”. Toni, disse que “O Brasil, felizmente, tem uma democracia bastante forte em que as pessoas podem protestar”.

Em uma carta assinada pelo secretário da UNFCCC, Simon Stiell, ele afirma que as forças de segurança brasileiras foram orientadas a não agir para conter manifestantes. Na carta enviada à Casa Civil e à Presidência da COP, Stiell diz ainda que após a invasão, houve reunião sobre o assunto com todas as autoridades brasileiras e havia ficado acordado aumento no número de seguranças.

Blue Zone

Na quinta, porém, o entorno da Blue Zone, não tinha segurança reforçada. Foi só 24 horas após a tentativa de invasão que a segurança foi reforçada. Na noite anterior, dezenas de carros da Polícia Militar estavam estacionados de forma enfileirada com sirenes acesas nas ruas que dão acesso à COP. Veículos da PM também circulavam pelas vias, com maior número de policiais, além de cães

Em nota, o Ministério da Casa Civil informou que tomou medidas de segurança, como “ampliação do espaço intermediário entre as Zonas Azul e Verde” para prevenir incidentes, ação conjunta da Força Nacional e Polícia Federal, e fortalecimento do perímetro com instalação de gradis, barreiras metálicas e estruturas de contenção adicionais em pontos vulneráveis.

O secretário extraordinário para a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), Valter Correia, declarou que os problemas de seguranças foram sendo corrigidos durante o dia. As informações são de O Estado de S. Paulo.

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