Domingo, 11 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de maio de 2025
Após a escalada da tensão entre Índia e Paquistão nos últimos dias, os Estados Unidos afirmaram terem mediado o conflito e que os dois países acordaram com um cessar-fogo total e imediato a partir das 17h do horário local indiano (8h30 no horário de Brasília), deste sábado, 10. Até a noite de sexta-feira, 9, os países já haviam registrado ataques de ambos os lados.
Os países dividem, e disputam controle, da Caxemira. As ofensivas generalizadas nos últimos dias, que deixaram ao todo pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos, se tornaram a maior conflagração militar entre os países do Sul
da Ásia em cinquenta anos.
Presidente dos EUA, Donald Trump anunciou o cessar-fogo em sua rede social Truth Social. “Após uma longa noite de negociações mediadas pelos Estados Unidos, tenho o prazer de anunciar que a Índia e o Paquistão concordaram com um cessar-fogo total e imediato. Parabéns a ambos os países por usarem bom senso e grande inteligência. Obrigado pela atenção dedicada a este assunto!”, escreveu o americano.
Segundo o The Guardian, o secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, declarou que o diretor-geral de operações militares do Paquistão ligou para o diretor-geral de operações militares da Índia às 15h35 (horário da Índia) e ficou acordado entre ambos que ambos os lados cessariam todos os combates e ações
militares em terra, ar e mar a partir das 17h (horário padrão da Índia).
De acordo com a Reuters, o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, disse à emissora Geo News que o Paquistão e a Índia concordaram com um cessar-fogo “completo” e “não parcial”, acrescentando que três dúzias de países estavam envolvidos na diplomacia que o garantiu. Dar relatou para a AP que Arábia Saudita e a Turquia também desempenharam um papel importante na facilitação do acordo. No X (antigo Twitter), Dar, que também é vice-primeiro-ministro do Paquistão, celebrou: “Paquistão e Índia concordaram com um cessar-fogo com efeito imediato. O Paquistão sempre lutou pela paz e segurança na região, sem comprometer sua soberania e integridade territorial!”.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reforçou a narrativa de que os EUA foram responsáveis pelo acordo em uma postagem no X. “Nas últimas 48 horas, o vice-presidente J.D. Vance e eu nos reunimos com altos funcionários indianos e paquistaneses, incluindo os primeiros-ministros Narendra Modi e Shehbaz Sharif,
o ministro das Relações Exteriores Subrahmanyam Jaishankar, o chefe do Estado-Maior do Exército Asim Munir e os conselheiros de Segurança Nacional Ajit Doval e Asim Malik. Tenho o prazer de anunciar que os governos da Índia e do Paquistão concordaram com um cessar-fogo imediato e iniciar negociações sobre um amplo conjunto de questões em um local neutro. Elogiamos os primeiros-ministros Modi e Sharif por sua sabedoria, prudência e capacidade de governar ao escolher o caminho da paz”, escreveu Rubio.
Histórico de conflitos
A Caxemira é uma região na cordilheria do Himalaia. Atualmente, o controle da área é partilhado entre eles, além da China, que controla uma porção ao leste. Tanto Nova Délhi quanto Islamabad, porém, reivindicam a totalidade do
território.
Índia e Paquistão, que se tornaram independentes do Reino Unido em 1947, travaram três guerras, a disputa pela Caxemira central em cada uma delas. Nos anos 1970, o conflito terminou temporariamente com o estabelecimento da Linha de Controle, que dividiu a área disputada em dois.
Os recentes combates começaram após um ataque terrorista numa área turística no lado indiano da Caxemira. No dia 22 de março, homens armados abriram fogo contra turistas em um resort, deixando 26 mortos, em sua maioria indianos hindus, em Pahalgam. A Índia classificou o massacre como um “ataque terrorista” e acusou o país vizinho de apoiar o grupo responsável pela ação, autodenominado “Resistência da Caxemira”.
O Paquistão, por sua vez, negou qualquer envolvimento e retaliou com o fechamento do espaço aéreo para aviões indianos, o cancelamento de vistos e suspensão das relações comerciais com o vizinho. Nova Délhi, em resposta,
retirou-se de um acordo de compartilhamento de águas, do qual a agricultura paquistanesa é altamente dependente. As informações são da Revista Veja.
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