Terça-feira, 18 de Março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 12 de junho de 2022
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, forneceu atualizações quase diárias da invasão da Rússia nas mídias sociais; vídeos virais mostraram a eficácia das forças ucranianas; e o Pentágono tem realizado regularmente briefings sobre o desenrolar da guerra. Mas, apesar de tantas notícias, as agências de inteligência dos EUA têm menos informações do que gostariam sobre as operações da Ucrânia. Segundo especialistas e autoridades americanos, Washington sabe muito mais sobre as operações da Rússia, seus sucessos e fracassos.
Por segurança, os governos geralmente retêm informações do público. Mas essas lacunas de informação dentro do governo dos EUA podem tornar mais difícil para o governo Biden decidir como direcionar a ajuda militar ao enviar bilhões de dólares em armas para a Ucrânia.
Autoridades dos EUA disseram que o governo ucraniano lhes deu poucas informações confidenciais ou detalhes sobre seus planos operacionais, e autoridades ucranianas reconheceram que não contaram tudo aos americanos.
É claro que a comunidade de inteligência dos EUA coleta informações sobre quase todos os países, incluindo a Ucrânia. Mas as agências de espionagem dos EUA, em geral, concentram seus esforços de coleta em governos adversários, como a Rússia, e não em amigos atuais, como a Ucrânia.
E enquanto a Rússia tem sido uma prioridade para os espiões americanos há 75 anos, quando se trata dos ucranianos, os EUA trabalharam na construção de seu serviço de inteligência, não espionando seu governo. Como resultado, disseram ex-funcionários, surgiram alguns pontos cegos: “Quanto realmente sabemos sobre como a Ucrânia está indo?”, disse Beth Sanner, ex-funcionária da inteligência. “Você pode encontrar uma pessoa que lhe diga com confiança quantos soldados a Ucrânia perdeu, quantos equipamentos a Ucrânia perdeu?”
Mesmo sem uma imagem completa da estratégia e da situação militar da Ucrânia, o governo Biden fortaleceu seu poder de fogo, por exemplo, com os sistemas de artilharia de foguetes, anunciados na semana passada. A Ucrânia está aguardando a chegada de sistemas de armas ocidentais mais poderosos, já que ambos os lados da guerra sofrem pesadas perdas na região Leste do país.
Autoridades do Pentágono dizem que têm um processo complicado para enviar armas, que começa com um pedido dos ucranianos e inclui uma avaliação dos EUA de que tipo de equipamento eles precisam e com que rapidez podem ser usados com a devida habilidade.
Algumas agências europeias dizem que será difícil para a Ucrânia, se não impossível, recuperar o território que a Rússia tomou desde fevereiro, mas as agências de inteligência dos EUA são menos pessimistas, disseram autoridades. Ainda assim, há rachaduras nas defesas da Ucrânia, e questões sobre o estado das forças militares e estratégia da Ucrânia na região do Donbass criaram uma imagem incompleta para os EUA.
Avril D. Haines, diretora de inteligência nacional, testemunhou em uma audiência no Senado, no mês passado, que “era muito difícil dizer” quanto mais ajuda a Ucrânia poderia absorver. E acrescentou: “Na verdade, temos mais insights, provavelmente, do lado russo do que do lado ucraniano.”
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