Sábado, 18 de Outubro de 2025

Home Mundo Ucrânia estima até 60 mortes em ataque aéreo a escola usada como abrigo

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Uma autoridade local estima que 60 pessoas morreram após um ataque aéreo no sábado (7) em uma escola na região de Luhansk, na Ucrânia, onde 90 pessoas estavam abrigadas.

Serhiy Hayday, chefe da Administração Militar Regional de Luhansk, disse que 27 pessoas abrigadas na escola foram resgatadas, das quais sete ficaram feridas.

Os corpos de duas pessoas foram encontrados nos escombros, disse Hayday em um post no Telegram neste domingo (8), acrescentando que é “provável que todas as 60 pessoas deixadas sob os destroços do prédio tenham morrido”.

Um avião russo lançou uma bomba na escola na vila de Bilohorivka, que fica a cerca de 11 quilômetros da linha de frente do conflito, segundo Hayday. O ataque ocorreu por volta das 16h37 no horário local, causando incêndios que levaram quase quatro horas para serem extintos, disse ele.

Ainda neste domingo, militares russos e ucranianos reivindicaram sucessos em um aparente combate no Mar Negro, com destaque para a Ilha da Cobra, que está ocupada pelos russos.

Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração militar da região de Odessa, disse que um helicóptero russo na ilha foi atingido e destruído na noite de sábado (7). Os militares divulgaram um vídeo de drone supostamente mostrando o ataque.

Ele também disse que um pequeno barco de desembarque com capacidade para cerca de 80 a 100 pessoas foi eliminado, bem como dois barcos de patrulha da classe Raptor.

Já o Ministério da Defesa da Rússia deu uma versão muito diferente dos eventos. O major-general Igor Konashenkov disse que, durante a noite de sábado, mais dois bombardeiros Su-24 ucranianos e um helicóptero Mi-24 da Força Aérea Ucraniana foram destruídos por sistemas de defesa aérea russos sobre a ilha.

Ambos os lados também relataram ataques perto do porto de Odessa. Os russos disseram ter derrubado um drone de combate Bayraktar-TB2, enquanto os militares ucranianos disseram ter interceptado dois mísseis de cruzeiro lançados por aeronaves russas.

Ataques podem se intensificar

As autoridades ucranianas vêm alertando há vários dias sobre uma possível intensificação dos ataques russos à medida que a comemoração de 9 de maio se aproxima.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, deve participar de uma reunião virtual dos líderes do G7 neste domingo (8). Esta terceira reunião desde o início do ano será dedicada à situação na Ucrânia.

O presidente dos EUA, Joe Biden, havia mencionado essa reunião alguns dias antes, bem como sobre possíveis sanções adicionais contra a Rússia.

“Estamos sempre abertos a sanções adicionais”, disse ele na quarta-feira (4), acrescentando que discutirá com os membros do G7 “o que faremos e o que não faremos”.

Em Mariupol, depois de muitos apelos e tentativas, nas últimas semanas, “retiramos os civis de Azovstal”, afirmou o presidente Zelenski na noite de sábado (7), citando que 300 pessoas  foram retiradas até o momento. “Estamos agora preparando a segunda fase, (…) os feridos e o pessoal médico.”

Moscou anunciou na quarta-feira um cessar-fogo unilateral de três dias a partir da quinta para permitir a saída de civis em Azovstal. Mas as autoridades ucranianas denunciaram que os russos continuaram atacando a siderúrgica durante este período.

“A ordem do presidente (ucraniano) foi cumprida: todas as mulheres, crianças e idosos foram retirados de Azovstal”, anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, no sábado.

Apoio da ONU e Cruz Vermelha

Segundo Kiev, essas operações permitiram que um total de quase 500 pessoas fugissem em uma semana, sob mediação da ONU e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

E, “claro, também estamos trabalhando para retirar nossos soldados. Todos os heróis que defendem Mariupol”, continuou o presidente, sem citar números.

A Ucrânia pediu aos Médicos Sem Fronteiras (MSF), na noite de sábado (7), para organizar uma missão para retirar e tratar os soldados entrincheirados na siderúrgica.

Segundo Yevgenia Tytarenko, enfermeira militar, cujo marido, médico e membro do regimento Azov, e seus colegas ainda ocupam a fábrica, “muitos soldados estão em estado grave. Estão feridos e não têm remédios”.

“Vou lutar até o fim”, escreveu seu marido Mykhaïlo, em um SMS que a agência de notícias AFP visualizou. Eles se casaram dois dias antes da invasão russa.

“Nossas unidades na área da usina de Azovstal continuam bloqueadas”, observou o Estado-Maior ucraniano, referindo-se às “operações de assalto russas” com “o apoio da artilharia e do fogo de tanques”.

Mariupol quase apagada do mapa

Mariupol, uma cidade portuária no sudeste que tinha quase 500.000 habitantes antes da guerra, foi quase completamente apagada do mapa por dois meses de bombardeios russos.

O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu neste domingo que “como em 1945, a vitória será nossa”, multiplicando as comparações entre a Segunda Guerra Mundial e o conflito na Ucrânia.

Putin, que pensa que não pode “se permitir perder” na Ucrânia, está “convencido de que redobrar seus esforços lhe permitirá progredir”, estimou no sábado Bill Burns, diretor da agência de inteligência americana CIA.

Não há, no entanto, “evidências concretas” de que a Rússia, que colocou suas forças de dissuasão em alerta máximo logo após o início de sua intervenção militar, “se prepara para um desdobramento ou mesmo uso potencial de armas nucleares táticas” neste conflito, destacou.

Os russos obtiveram entre sexta e sábado ganhos territoriais limitados em torno de Severodonetsk, uma das principais localidades do Donbass ainda nas mãos dos ucranianos, mas que não deve levar a um cerco completo, observou no sábado o Instituto Americano de Estudos de Guerra (ISW).

Até agora, a Rússia só conseguiu reivindicar o controle total de uma grande cidade, Kherson.

Contra-ofensiva

Em Kharkiv, a contra-ofensiva ucraniana para colocar a segunda maior cidade da Ucrânia fora do alcance da artilharia inimiga ganhou força, com a captura de várias posições russas, novamente de acordo com o ISW.

“As forças ucranianas estão recuperando terreno ao longo de um amplo arco em torno de Kharkiv e já não se concentram num impulso limitado, demonstrando uma capacidade de lançar operações ofensivas em maior escala”, explicou o instituto.

Tanto que o exército russo teve que explodir três pontes rodoviárias “para desacelerar a contra-ofensiva” nesta região, segundo o ministério da Defesa ucraniano.

A Marinha ucraniana, por sua vez, alegou ter destruído a cem quilômetros de Odessa, não muito longe da Ilha da Cobra, o navio de desembarque russo Serna usando um drone de combate desenvolvido na Turquia. Informação não confirmada pela Rússia, que declarou, por outro lado, ter afundado “o barco de assalto ucraniano ‘Stanislav’”.

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