Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025

Home Economia Um dia após Copom, Lula diz que o presidente do Banco Central não cumpre a lei e que Senado precisa “cuidar” dele

Compartilhe esta notícia:

No dia seguinte à decisão do Copom que manteve a Selic em 13,75% ao ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou as críticas ao Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Disse que não tem explicação “para nenhum ser humano do planeta Terra” a atual taxa de juros e deixou recado para o Senado “cuidar” do chefe do BC.

“Quem tem que cuidar do Campos Neto é o Senado, que o indicou. Ele não foi eleito pelo povo, não foi indicado pelo presidente”, afirmou.

“Quando eu tinha o [Henrique] Meirelles, que era indicado meu, eu conversava. Mas agora, se esse cidadão quiser, ele nem precisa conversar comigo. Só tem que cumprir a lei que determinou a autonomia do Banco Central: cuidar da política monetária, mas também do emprego, da inflação e da renda do povo. Todo mundo sabe que ele não está fazendo isso, se ele estivesse fazendo eu não estaria reclamando.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alegou ainda, quando perguntado sobre a decisão do Copom, que “a História julgará cada um de nós”. “Que eles paguem o preço pelo que estão fazendo”, afirmou sobre os economistas que definem a taxa de juros.

Consenso

Embora houvesse consenso em torno da manutenção da taxa na reunião de quarta-feira, havia a expectativa no governo e em parte do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deixaria a porta aberta para reduções na taxa adiante. Isso não ocorreu.

Ruído político atrapalha

Na avaliação de analistas, as declarações de Lula e de outros integrantes do governo aumentam o ruído e afastam a possibilidade de corte de juros. “Deixam o cenário mais difícil. Parece que o governo quer deixar ancorado ao Banco Central o desempenho ruim da atividade econômica ao longo do ano”, afirmou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

O comunicado, porém, destacou a importância de voltar a ter controle sobre as expectativas de inflação. Para este ano, elas estão em 5,95%, acima do teto da meta. Para 2024, estão em 4,11%, ainda dentro da margem de tolerância, mas acima do centro da meta. O comunicado deixa claro que se o BC julgar necessário, não hesitará em elevar os juros para conter a inflação.

O quadro traçado levou o mercado a um correção de rota. Antes da reunião, os juros futuros vinham sendo revistos para baixo com a perspectiva de um corte na Selic em meados do ano. Ontem, as taxas foram ajustadas. O contrato do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subiu de 13,02% para 13,17%. O contrato para janeiro de 2025 passou de 12,05% para 12,11%.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Bancos propõem taxa do consignado do INSS entre 1,99% e 2,01%
Justiça derruba sigilo sobre bens de administradores e controladores da Americanas
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play
Ocultar
Fechar
Clique no botão acima para ouvir ao vivo
Volume

No Ar: Programa Show de Notícias