Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home Variedades Um dos nomes mais atuantes de sua geração, Gabriel Leone fala sobre a crise de ansiedade que teve na pandemia e como a terapia o ajuda no trabalho

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Um dos nomes mais quentes da nova geração de atores do País, Gabriel Leone raramente é reconhecido na rua. Quase sempre está com a aparência do próximo trabalho que fará e não do que está no ar ou em cartaz. E trabalho não anda faltando para o carioca que, aos 28 anos, já soma oito filmes no currículo.

No último Festival do Rio, podia ser visto na telona em três personagens completamente diferentes: um policial em “Alemão 2”; com aparelho nos dentes e cara de adolescente em “Eduardo e Mônica” (que estrela com Alice Braga a partir do dia 20 nos cinemas); e na pele de um cantor da música dita brega em “Meu álbum de amores”.

Fazer filmes relacionados à música, aliás, é motivo de alegria especial. Gabriel foi batizado com esse nome por causa da canção homônima de Beto Guedes, criado entre a coleção de vinis e CDs dos pais, toca violão e compõe. Partiu dele a ideia de o Felipe de “Um Lugar ao Sol”, a novela das 21h da TV Globo, ser apaixonado por sambas antigos e compositores como Ké Ketti e Noel Rosa.

Por estrear no cinema este ano, o ator ainda tem “Duetto”, de Vicente Amorim, e “Cidade ilhada”, de Sérgio Machado. Agora, se prepara para viver o irmão de Dom Pedro I, Dom Miguel, na série que Luiz Fernando Carvalho dirige na TV Cultura sobre os 200 anos da Independência do Brasil. Gabriel, realmente, está em todas.

Para quem olha de fora, pode parecer que tudo aconteceu rápido demais. Mas não foi sem que ele corresse atrás. É do tipo que bate na porta dos diretores com que quer trabalhar. Foi assim com Cláudio Assis, que o dirigiu em “Piedade”. Encara sem orgulho besta a bateria de testes que for e não joga a toalha nem quando vai mal. Em “Eduardo e Mônica”, por exemplo, pediu uma segunda chance após não ir bem no primeiro teste. Nesse projeto, conquistou de vez a parceira de cena, Alice Braga, que o considera “um dos melhores atores do Brasil”.

As conquistas de sua trajetória, iniciada por acaso fazendo teatro também são frutos de uma consciência rara para um ator da sua idade, que prefere não ter contrato fixo para escolher os papéis com liberdade.

Crise de ansiedade

Os bons ventos atuais chegaram após um momento delicado. No início da pandemia, Gabriel sofreu uma forte crise de ansiedade, que credita não só à tensão do momento, como à soma de estados emocionais que precisou alcançar para dar vida aos seus mais recentes personagens. Principalmente Dom, que considera o mais intenso de sua carreira. O ator recorreu à terapia que, desde então, não largou, mais.

“Os processos que nós atores vivemos mexem muito internamente. Com a experiência e a maturidade, conseguimos ir separando o lado profissional do pessoal, mas não temos um disjuntor que desliga e pronto, faz tudo virar uma mentirinha. A gente estimula verdades dentro do que vivemos em cena, por isso, ter um acompanhamento terapêutico é fundamental”, afirma ele, que encenou peças como “Gota D’água”, “Senhora dos afogados” e “Chacrinha – O Musical” e, na TV, enfileirou “Malhação”, “Verdades secretas”, “Os dias eram assim”, “Onde nascem os fortes”, entre outros trabalhos.

A análise também ajuda a mudar antigos comportamentos e impacta positivamente na relação com a namorada, a atriz Carla Salle.

“Minha geração ainda repete padrões machistas, mas só o fato de estar se abrindo para falar sobre e escutar é um passo interessante. Tento rever a forma como me comportava em casa, nos serviços domésticos, e as atitudes com minha namorada, olhar coisas que não gostava de outra maneira, aprender e me abrir com as mulheres do meu ciclo”, diz. “Vejo muitos homens da minha idade fazendo terapia. Homens de gerações anteriores viam a terapia como um problema, uma fraqueza.”

Também foi na pandemia, com a ansiedade controlada, que ele rodou a novela das 21h, a primeira toda gravada antes de ir ao ar. Assim que começou a se desenhar o romance com Rebeca, a ex-modelo 30 anos mais velha interpretada por Andréa Beltrão, muitas mulheres na casa dos 50 encheram o Twitter de posts como: “Gabriel, também tenho 50 anos, vem aqui!”. Ele se diverte com a repercussão e tem na ponta da língua a resposta para as críticas sobre a diferença de idade.

“Isso sempre foi um tabu, mas hoje, com a internet, ficou mais ainda. Há pessoas que passam mais tempo cuidando da vida do outro e julgando do que vivendo. Se as duas pessoas estão felizes, não interessa a ninguém”, afirma ele, que namorou a atriz Sabrina Korgut, 16 anos mais velha. “Acho curioso que, como psicóloga da Rebeca, a personagem de Regina Braga, minha avó, incentiva o relacionamento. Mas quando descobre que é com o neto dela, tudo muda de figura. Isso é maravilhoso, porque é humano. Seria mentira se ela fosse uma pessoa ultra evoluída que dissesse “vai lá, fica à vontade aqui em casa”.

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