Terça-feira, 24 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 23 de junho de 2025
Cada vez mais presente, a inteligência artificial (IA) passou a ser cada vez mais adotada por criminosos virtuais para induzir usuários das redes sociais a caírem em golpes diversos, segundo aponta um relatório da Agência Lupa, que atua no combate à desinformação. Uma das principais estratégias é o uso de deepfakes de políticos, empresários e jornalistas.
O relatório analisou 142 golpes virtuais aplicados nas redes sociais nos últimos três anos. Desses, 31 contavam com recursos de IA. Apesar de não representarem a maior parte, eles vêm crescendo, aponta a agência. Em 2023, foram apenas três casos. No ano passado, as ocorrências saltaram para dez, enquanto entre janeiro e maio de 2025 foram encontrados 18 golpes pelos pesquisadores.
“O padrão que notamos é o uso de personalidades, como jornalistas de TV, artistas e políticos, inclusive o presidente Lula e Bolsonaro. Eles são colocados em peças de deepfake como uma estratégia de aumentar a credibilidade do conteúdo”, diz a pesquisadora Beatriz Farrugia.
O relatório destaca que os golpes funcionam como uma jornada complexa. A partir dos vídeos e áudios falsos, as vítimas são convocadas a acessarem sites igualmente falsos, nos quais acabam por preencher formulários e fornecerem dados pessoais. A prática, conhecida como phishing, abastece os criminosos de informações, como nomes completos, números de documentos, senhas e dados bancários, que são usadas de forma ilegal.
“São jornadas muito fidedignas às de empresas ou do próprio governo. Alguns reproduzem sites de marcas ou do Gov.br, alguns até com chatbots. Da identidade visual à tipologia e ao tom da marca, é tudo muito bem reproduzido. É um alto nível de sofisticação. Não é algo grotesco”, comenta a pesquisadora. “O interesse não é descolar o dinheiro imediatamente, mas a coleta de dados.”
Um dos golpes analisados pelos pesquisadores usava um deepfake do apresentador do Jornal Nacional William Bonner para divulgar uma falsa promoção de cervejas. O vídeo estava inserido em um site que simulava o portal de notícias g1. Nele, um link levava para um segundo endereço que, por sua vez, imitava o site da Ambev. A promessa era de que ao preencher um formulário, a vítima receberia um suposto kit de cervejas.
Outro golpe usava deepfakes de políticos como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além do ex-presidente Michel Temer. O rosto do empresário Luciano Hang, dono da Havan, também era usado pelos criminosos. Os vídeos falsos prometiam às vítimas o saque de “dinheiro acumulado no CPF”.
“Sim, gente, é verdade, agora você consegue sacar o valor acumulado de todas as compras que você já fez em seu CPF, mas preste atenção para não passar a data do saque, senão, todo o dinheiro volta para os cofres públicos”, diz o deepfake do presidente Lula no vídeo manipulado por inteligência artificial.
As vítimas eram levadas até um site que simulava o Gov.br, o portal do governo federal que unifica acesso a diferentes serviços públicos. Uma tela de login na página falsa indica que o objetivo dos criminosos virtuais era coletar o acesso dos usuários do portal, como o número do CPF e a senha, destaca o relatório.
Principais tipos
Segundo a Lupa, entre os golpes aplicados no Brasil, predominam temas ligados a promessas de promoções, descontos e brindes em lojas famosas. Em seguida, vêm os golpes que usam o nome de programas sociais, como o Desenrola Brasil, para enganar. No terceiro lugar, ficam os golpes financeiros.
“Cerca de 77,5% dos golpes analisados pela Lupa desde o ano de 202 mencionavam o nome de uma empresa ou de uma pessoa famosa para enganar. E essa tendência cresceu ainda mais em 2025, cerca de 90% dos golpes desse tipo usavam esse artifício para convencer as vítimas”, destaca o relatório.
“Qual o nível do golpista que tem como investir nos anúncios (nas redes sociais), pagar uma conta de WhatsApp verificada e colocar um site no ar?”, questiona a pesquisadora.
O documento da Agência Lupa cita um relatório divulgado pela Interpol em 2024 que aponta para indícios crescentes da participação de organizações criminosas latino americanas, como os brasileiros Comando Vermelho (CV), o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o mexicano Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNV). (Com informações do jornal O Globo)
Por Redação Rádio Pampa | 23 de junho de 2025
Cada vez mais presente, a inteligência artificial (IA) passou a ser cada vez mais adotada por criminosos virtuais para induzir usuários das redes sociais a caírem em golpes diversos, segundo aponta um relatório da Agência Lupa, que atua no combate à desinformação. Uma das principais estratégias é o uso de deepfakes de políticos, empresários e jornalistas.
O relatório analisou 142 golpes virtuais aplicados nas redes sociais nos últimos três anos. Desses, 31 contavam com recursos de IA. Apesar de não representarem a maior parte, eles vêm crescendo, aponta a agência. Em 2023, foram apenas três casos. No ano passado, as ocorrências saltaram para dez, enquanto entre janeiro e maio de 2025 foram encontrados 18 golpes pelos pesquisadores.
“O padrão que notamos é o uso de personalidades, como jornalistas de TV, artistas e políticos, inclusive o presidente Lula e Bolsonaro. Eles são colocados em peças de deepfake como uma estratégia de aumentar a credibilidade do conteúdo”, diz a pesquisadora Beatriz Farrugia.
O relatório destaca que os golpes funcionam como uma jornada complexa. A partir dos vídeos e áudios falsos, as vítimas são convocadas a acessarem sites igualmente falsos, nos quais acabam por preencher formulários e fornecerem dados pessoais. A prática, conhecida como phishing, abastece os criminosos de informações, como nomes completos, números de documentos, senhas e dados bancários, que são usadas de forma ilegal.
“São jornadas muito fidedignas às de empresas ou do próprio governo. Alguns reproduzem sites de marcas ou do Gov.br, alguns até com chatbots. Da identidade visual à tipologia e ao tom da marca, é tudo muito bem reproduzido. É um alto nível de sofisticação. Não é algo grotesco”, comenta a pesquisadora. “O interesse não é descolar o dinheiro imediatamente, mas a coleta de dados.”
Um dos golpes analisados pelos pesquisadores usava um deepfake do apresentador do Jornal Nacional William Bonner para divulgar uma falsa promoção de cervejas. O vídeo estava inserido em um site que simulava o portal de notícias g1. Nele, um link levava para um segundo endereço que, por sua vez, imitava o site da Ambev. A promessa era de que ao preencher um formulário, a vítima receberia um suposto kit de cervejas.
Outro golpe usava deepfakes de políticos como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além do ex-presidente Michel Temer. O rosto do empresário Luciano Hang, dono da Havan, também era usado pelos criminosos. Os vídeos falsos prometiam às vítimas o saque de “dinheiro acumulado no CPF”.
“Sim, gente, é verdade, agora você consegue sacar o valor acumulado de todas as compras que você já fez em seu CPF, mas preste atenção para não passar a data do saque, senão, todo o dinheiro volta para os cofres públicos”, diz o deepfake do presidente Lula no vídeo manipulado por inteligência artificial.
As vítimas eram levadas até um site que simulava o Gov.br, o portal do governo federal que unifica acesso a diferentes serviços públicos. Uma tela de login na página falsa indica que o objetivo dos criminosos virtuais era coletar o acesso dos usuários do portal, como o número do CPF e a senha, destaca o relatório.
Principais tipos
Segundo a Lupa, entre os golpes aplicados no Brasil, predominam temas ligados a promessas de promoções, descontos e brindes em lojas famosas. Em seguida, vêm os golpes que usam o nome de programas sociais, como o Desenrola Brasil, para enganar. No terceiro lugar, ficam os golpes financeiros.
“Cerca de 77,5% dos golpes analisados pela Lupa desde o ano de 202 mencionavam o nome de uma empresa ou de uma pessoa famosa para enganar. E essa tendência cresceu ainda mais em 2025, cerca de 90% dos golpes desse tipo usavam esse artifício para convencer as vítimas”, destaca o relatório.
“Qual o nível do golpista que tem como investir nos anúncios (nas redes sociais), pagar uma conta de WhatsApp verificada e colocar um site no ar?”, questiona a pesquisadora.
O documento da Agência Lupa cita um relatório divulgado pela Interpol em 2024 que aponta para indícios crescentes da participação de organizações criminosas latino americanas, como os brasileiros Comando Vermelho (CV), o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o mexicano Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNV). (Com informações do jornal O Globo)
No Ar: Pampa Na Madrugada