Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de agosto de 2022
Segundo dados atualizados pelo ministério até o dia 6, o índice de cobertura vacinal da BCG (que protege contra formas graves da tuberculose) está em 55,81% neste ano. O ideal, afirma a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIM), Isabella Ballalai, seria de pelo menos 90%.
Ela afirma que os municípios brasileiros foram aconselhados a otimizar o uso da vacina. Um frasco tem 20 doses e precisa ser totalmente consumido até seis horas após aberto. Para não perder nenhuma dose, as prefeituras passaram a concentrar a aplicação da BGC em determinados dias e horários da semana em um número menor de postos de saúde.
Em condições normais, o procedimento de rotina é a criança já sair da maternidade vacinada. Desde que se passou a otimizar o uso do frasco no País, isso nem sempre vem ocorrendo. “Muitos bebês estão deixando o hospital sem serem vacinados, e a mãe precisa ir ao posto, no primeiro mês de vida. Às vezes, ela chega lá e não é o dia da vacinação. Isso leva ao que chamamos de oportunidade perdida e diminui a adesão, porque muitas não vão voltar”, diz Isabella.
Prazo
O ideal é que a BCG seja ministrada até os 28 dias de nascimento, mas ainda pode ser aplicada até os 4 anos, 11 meses e 29 dias de vida. A janela de tempo, no entanto, é grande demais para os riscos de contágio. Além de proteger contra a tuberculose, o imunizante reforça o sistema imunológico da criança contra outras doenças.
“Para uma vacina que deveria ser fornecida na maternidade, que não sofre nenhum ataque de movimentos antivacina, como ocorre com a do HPV e a da covid, não é uma situação normal. Isso leva à hesitação vacinal”, avalia a vice-presidente da SBIM. “Tem outros fatores que fazem a cobertura vacinal cair: as oportunidades perdidas, a dificuldade de acesso e a não percepção de risco. Então a vacinação sai da minha lista de prioridades.”
Produção nacional
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a fabricação da vacina BCG não pode ser retomada no País até que os ajustes necessários sejam concluídos. Para tanto, novamente, a fábrica Fundação Athaulpho de Paiva (FAP) – a única fábrica autorizada a produzir o imunizante no País –, no Rio, precisa ser inspecionada para se verificar a efetividade das correções solicitadas anteriormente.
“O prazo de paralisação depende do tempo empreendido pela fundação para a realização das adequações”, afirmou a Anvisa em nota.
“A última inspeção foi realizada em novembro de 2021 e desde aquela época a FAP não solicitou nenhuma nova inspeção. Naquela data, a inspeção verificou o descumprimento de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e práticas em desacordo com as normas sanitárias”, ressaltou a agência.
A FAP negou que ainda existam problemas e informou que foi realizada toda a adequação às novas normas sanitárias e protocolada na Anvisa “a solicitação de visita para a liberação de nossa produção”. “Estamos aguardando o agendamento da visita”, informou, em nota.
No Ar: Pampa Na Madrugada