Segunda-feira, 29 de Abril de 2024

Home em foco Veja o que Bolsonaro já disse sobre as minutas de golpe encontradas pela Polícia Federal

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O depoimento do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes à Polícia Federal voltou a relacionar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à minuta golpista que previa uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras medidas para mantê-lo no poder após perder a eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.

Freire Gomes depôs à PF no dia 1º de março por mais de sete horas, na condição de testemunha. O ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do depoimento nessa sexta-feira (15).

Segundo o depoimento do general, o documento foi apresentado aos comandantes das Forças em uma reunião no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022.

A existência de uma minuta de decreto para um golpe de Estado veio a público em 12 de janeiro de 2023, quando a Polícia Federal encontrou o documento na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.

Desde então, Bolsonaro apresentou algumas versões para se defender. De início, dizia que não tinha conhecimento sobre o documento. O depoimento de Freire Gomes põe esse argumento em xeque.

14 de fevereiro de 2023

Em entrevista ao jornal norte-americano “The Wall Street Journal”, Bolsonaro comentou a suspeita de golpe enquanto passava uma temporada nos Estados Unidos. Na ocasião, o ex-presidente negou ter responsabilidade sobre os ataques de 8 de janeiro, justificando que já estava fora do país.

“Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”, disse, sem mencionar diretamente a minuta encontrada na casa de Torres.

22 de junho de 2023

Meses depois, já no Brasil, o ex-presidente voltou a comentar as investigações de tentativa de golpe e se justificou novamente, falando que é preciso força física para um golpe de Estado.

“Não tive conhecimento (da minuta de golpe). Não existe golpe com respaldo jurídico. Golpe é pé na porta e arma na cara, meu deus do céu. Golpe tem que depor alguém. (Artigo) 142, GLO, tudo isso são remédios previstos na Constituição. (…) Golpe não tem papel, tem fuzil. Dá pra entender isso?”, disse.

29 de junho de 2023

Dias depois, Bolsonaro voltou a falar que não tinha conhecimento da minuta encontrada na casa de Anderson Torres.

“Nas perícias, só encontraram digitais do delegado da operação e de um agente, de mais ninguém. Papéis, eu recebia um monte. Então, é óbvio que não tem cabimento você dar golpe com respaldo da Constituição”, falou na ocasião.

8 de fevereiro de 2024

Já em 2024, a Polícia Federal encontrou dentro da sede do PL, em Brasília, documento que defende e anuncia a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no país. No mesmo dia ele diz:

“Nunca chegou a mim nenhum documento de minuta de golpe, nem nunca assinei nada relacionado a isso. Até porque ninguém dá ‘golpe’ com papel”, falou Bolsonaro.

A defesa de Bolsonaro, por sua vez, disse que a minuta foi enviada para Bolsonaro para que “ele pudesse tomar conhecimento do material dos referidos arquivos” e que o presidente imprimiu para facilitar a leitura.

25 de fevereiro de 2024

No dia 25 de fevereiro, em ato na avenida Paulista, Jair Bolsonaro pede anistia para os condenados pelos ataques do dia 8 de janeiro. Nesta ocasião, o ex-presidente fala sobre a minuta de decreto.

“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Nada disse foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Porque tem uma minuta de decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição?”

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