Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de outubro de 2025
O ministro Luís Roberto Barroso, que completaria 75 anos em 2033, anunciou nessa quinta-feira (9) que vai antecipar a aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa será a primeira vaga aberta na Corte desde a saída compulsória de Rosa Weber, que deixou o Tribunal em setembro de 2023 ao atingir a idade máxima no serviço público (75 anos) e foi substituída pelo ministro Flávio Dino.
Composição atual
Veja a composição atual da Corte, por qual presidente cada ministro foi indicado e qual o ano máximo para aposentadoria por idade (75 anos):
* Gilmar Mendes: tomou posse em junho de 2002, indicado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sua aposentadoria compulsória será em 2030.
* Carmen Lúcia: tomou posse em junho de 2006, indicada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua aposentadoria compulsória será em 2029.
* Dias Toffoli: tomou posse em outubro de 2009, também indicado por Lula. Sua aposentadoria compulsória será em 2042.
* Luiz Fux: tomou posse em março de 2011, indicado pela então presidente Dilma Rousseff. Sua aposentadoria compulsória será em 2028.
* Edson Fachin: tomou posse em junho de 2015, também indicado por Dilma. Sua aposentadoria compulsória será em 2033.
* Alexandre de Moraes: tomou posse em março de 2017, indicado pelo então presidente Michel Temer. Sua aposentadoria compulsória será em 2043.
* Nunes Marques: tomou posse em novembro de 2020, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro. Sua aposentadoria compulsória será em 2047.
* André Mendonça: tomou posse em dezembro de 2021, também indicado por Bolsonaro. Sua aposentadoria compulsória será em 2047.
* Cristiano Zanin: tomou posse em agosto de 2023, indicado por Lula, em seu terceiro mandato como presidente. Sua aposentadoria compulsória será em 2050.
* Flávio Dino: tomou posse em fevereiro de 2024, também indicado por Lula em seu mandato atual. Sua aposentadoria compulsória será em 2044.
Decisão
Antes de anunciar sua aposentadoria como ministro do Supremo, Barroso já havia anunciado a intenção de fazer um “retiro espiritual” para refletir sobre seu futuro. Enquanto sua saída ainda era especulada, ele dizia a interlocutores que não tinha planos de assumir outro cargo, com uma embaixada, por exemplo.
Entre os planos para o futuro, o ministro havia revelado a alguns interlocutores que está escrevendo um livro de memórias que contaria suas impressões sobre a vida após anos como espectador da cena política do país, além de se dedicar aos estudos. A ligação com instituições acadêmicas internacionais, como Harvard e Yale, segue ativa, embora tenha sido afetada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos a ministros do STF, como a suspensão de vistos.
Barroso também demonstrava incômodo com os impactos pessoais da exposição pública, especialmente sobre seus filhos e familiares. Ele chegou a repetir algumas vezes o desejo de preservar sua privacidade e buscar novos espaços de atuação que não envolvam o desgaste da polarização política.
“Hoje em dia, eu não posso sair na rua sem três seguranças. Essa foi a transformação. Esse é o custo pessoal de um país em que alguma coisa aconteceu, que gerou muito ódio e muita raiva nas pessoas”, afirmou em entrevista à GloboNews, às vésperas de sua saída da presidência do Supremo, que ocorreu no último dia 29.