Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Home Economia Vendas do comércio brasileiro crescem 0,8% em janeiro, mas seguem abaixo do patamar pré-pandemia

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As vendas do comércio cresceram 0,8% em janeiro, na comparação com dezembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo com o avanço em janeiro, o varejo brasileiro não conseguiu reverter as perdas de 1,9% de dezembro, de acordo com dados revisados.

Com o resultado, o setor encontra-se 1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), e 6,5% abaixo do pico da série (outubro de 2020), segundo o IBGE. O IBGE destacou, porém, que a alta de 0,8% de janeiro foi o primeiro resultado positivo, fora da faixa considerada de estabilidade ou de queda, desde julho do ano passado.

Na comparação com janeiro de 2021, o comércio varejista caiu 1,9% – sexta taxa negativa consecutiva nesta base de análise.

O resultado de janeiro, porém, veio melhor do que o esperado. Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas eram de avanço de 0,3% na comparação mensal e de queda de 2,65% sobre um ano antes.

Em 12 meses, o varejo acumula alta de 1,3%, o que representa uma perda de fôlego frente ao avanço de 1,4% nos 12 meses acumulados até dezembro.

Veja o desempenho de cada um dos segmentos

Combustíveis e lubrificantes: -0,4%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,1%
Tecidos, vestuário e calçados: -3,9%
Móveis e eletrodomésticos: -0,6%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 3,8%
Livros, jornais, revistas e papelaria: -2%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 0,3%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 9,4%
Veículos, motos, partes e peças: -1,9% (varejo ampliado)
Material de construção: -0,3% (varejo ampliado)

A receita nominal do varejo restrito acumulou alta de 1,5% em janeiro, frente a dezembro. Na comparação com janeiro de 2021, houve alta de 10,6%.

Queda em 5 das 8 principais atividades

Na passagem de dezembro para janeiro, 5 das 8 atividades tiveram queda: Tecidos, vestuário e calçados (-3,9%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%); Móveis e eletrodomésticos (-0,6%); Combustíveis e lubrificantes (-0,4%); e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%).

A alta no mês foi puxada pelas atividades de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,8%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,4%).

“A atividade de hiper e supermercados, que tem um peso muito grande, ficou no campo da estabilidade, o que fez com que outras atividades tivessem mais influência no índice”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Segundo o pesquisador, um dos fatores que continua tendo influência forte é a inflação, que vem tirando o poder de compra do brasileiro e derrubando a receita real do comércio.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas caiu 0,3% ante dezembro. Houve queda de 1,9% em veículos e motos, e recuo de 0,3 em material de construção. Em relação a janeiro de 2021, o varejo ampliado caiu 1,5%, sexto resultado negativo consecutivo. Em 12 meses, o avanço é de 4,6%.

Recuperação limitada a poucos segmentos

Em janeiro, apenas 4 dos 10 segmentos monitorados pelo IBGE alcançaram um nível de vendas acima do patamar pé-pandemia. Estre as atividades que já eliminaram as perdas, destacam-se Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (24,2%), Material de construção (9,8%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,5%).

Já as atividades de Livros, jornais, revistas e papelaria (-35,4%), Equipamentos e material para escritório (-14%), Vestuários (-13,9%) e Combustíveis (12,9%) são as que se encontram mais distantes do nível pré-pandemia.

Perspectivas

Na véspera, o IBGE mostrou que a produção industrial brasileira caiu 2,4% em janeiro, com o setor ficando mais distante do patamar pré-pandemia.

Analistas alertam que para o ano o cenário econômico é estagflação. Ou seja, crescimento perto do zero e inflação ainda elevada, com a alta da taxa de juros e as incertezas relacionadas à eleição presidencial e à guerra na Ucrânia colocando riscos adicionais de freios para o PIB brasileiro.

Mesmo com a queda do desemprego nos últimos meses, a Selic e inflação persistente têm tirado o poder de compra e de consumo das famílias. Ainda são 12 milhões de desempregados no país, o rendimento médio do trabalhador atingiu no final do ano a mínima histórica e inadimplência chegou no maior patamar em 12 anos.

Os economistas do mercado financeiro projetam atualmente um avanço de apenas 0,42% do PIB em 2022, bem abaixo da média global, e inflação de 5,65%. Parte dos analistas já veem, no entanto, uma inflação acima de 6% no ano.

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