Sábado, 19 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de julho de 2025
A Venezuela libertou nesta sexta-feira (18) dez prisioneiros americanos em troca do envio de 252 migrantes venezuelanos que estavam detidos em El Salvador após serem deportados dos Estados Unidos, afirmaram os governos em Caracas, San Salvador e Washington.
Em publicação na plataforma X, o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, disse que os americanos estavam a caminho de El Salvador, onde fariam uma parada antes de “continuar a jornada para casa”. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, agradeceu a Bukele por sua ajuda nas negociações com a ditadura venezuelana.
O regime confirmou que os 252 venezuelanos foram soltos da prisão em que estavam, em El Salvador, chamando o local de “um campo de concentração”. O centro de detenção é o mesmo em que ficou detido o imigrante salvadorenho Kilmar Abrego Garcia, deportado por engano e cujo caso recebeu grande atenção da mídia americana.
A ditadura de Nicolás Maduro vem dizendo há meses que seus cidadãos sofrem violações de direitos humanos por parte dos governos Bukele e Donald Trump. Em junho, acusou os EUA de sequestrar 18 crianças venezuelanas com idades de 1 a 12 anos ao separá-las dos pais migrantes durante processos de deportação.
Na ocasião, o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, disse que as crianças “foram separadas de suas mães, de seus pais, de sua família, de seus avós e levados a instituições nas quais não deveriam estar”. Ele afirmou ainda manter “trocas frequentes” com os EUA para exigir o retorno das crianças. “Sempre lhes dissemos: ‘Devolvam nossos meninos e meninas’.”
Sete crianças foram repatriadas nesta sexta, segundo o regime de Maduro. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, e a primeira-dama Cilia Flores foram ao Aeroporto Internacional de Maiquetía, próximo de Caracas, para recebê-las. “São crianças que foram resgatadas do sequestro ao qual estavam submetidas”, afirmou Cabello.
O governo Trump, que deportou os venezuelanos dos EUA com celeridade e, segundo as defesas dos migrantes, sem o devido processo legal, afirma que os homens são membros do grupo criminoso Tren de Aragua.
Washington, entretanto, não apresentou provas, e as famílias dos migrantes negam a acusação. Uma análise do jornal americano The New York Times identificou acusações criminais claras contra apenas 32 dos 252 homens.
Os EUA afirmam ainda que o regime de Maduro prendeu os dez americanos sem acusações sólidas e com o objetivo claro de fortalecer a própria posição em eventuais negociações sobre as pesadas sanções econômicas impostas por Washington contra Caracas. Segundo a ONG venezuelana Foro Penal, dos 948 prisioneiros políticos no país, 88 são cidadãos estrangeiros.
A ditadura venezuelana, por sua vez, dizia que os americanos presos eram mercenários que tinham o objetivo de desestabilizar o país. Um deles, o cidadão francês e americano Lucas Hunter, disse que viajou à Colômbia para praticar kitesurfe e que estava na fronteira entre esse país e a Venezuela quando foi detido por autoridades do regime, em janeiro deste ano.
Outro, o ex-militar da Marinha americana Wilbert Castañeda, foi preso pela ditadura em agosto de 2024. De acordo com sua família, Castañeda viajou à Venezuela para encontrar uma pessoa com quem havia começado um relacionamento.
Segundo o irmão de Castañeda, ele pode ter decidido visitar o país mesmo sabendo que havia risco de ser preso porque sofreu danos cerebrais em razão do manuseio de explosivos ao longo dos seus 18 anos em uma unidade de elite da Marinha.
Em janeiro, outros seis americanos foram soltos pela Venezuela. Em depoimentos à imprensa dos EUA, eles disseram que foram espancados na cadeia e que sofreram tortura psicológica.
Já as famílias dos migrantes venezuelanos detidos em El Salvador pressionavam Caracas e San Salvador havia meses pela soltura, organizando protestos em frente à embaixada salvadorenha em Caracas. As informações são do portal Folha de São Paulo.
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